Agência dos EUA revoga autorização para uso da cloroquina contra a covid-19
O FDA, agência que regulamenta uso de medicamentos nos Estados Unidos, revogou hoje a autorização emergencial que previa uso de cloroquina e hidroxicloroquina de forma oral para tratamento da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O presidente Donald Trump encorajou o uso da droga desde o início da pandemia.
Segundo a Reuters, o FDA se baseou em novas evidências que mostram que não há provas de que o uso via oral destes medicamentos são eficientes para tratar as complicações respiratórias da covid-19. A agência havia autorizado o uso em 28 de março.
"O FDA concluiu, baseado em novas informações e outras discussões anexadas a este memorando, que não há mais razão para acreditar que fórmulas orais de cloroquina e hidroxicloroquina podem ser efetivas para tratar a covid-19, nem que é há razão para crer que que os conhecidos e potenciais benefícios destes produtos são maiores que os potenciais riscos", afirmou a agência, em nota da cientista-chefe Denife Hinton, enviada hoje à Biomedical Advanced Research and Development Authority (BARDA).
"De acordo com isso, o FDA revaga o uso emergencial de uso da hidroxicloroquina e da cloroquina para tratar a covid-19. A partir de agora, o uso de fórmulas orais de hidroxicloroquina e cloroquina não são mais autorizados para tratar a covid-19", acrescenta ela.
Os medicamentos tiveram idas e vindas no debate público, por conta de um estudo com 96 mil pessoas reportado pela revista The Lancet, que veio à tona desmentindo a eficácia do uso das drogas, mas que foi suspenso por problemas de metodologia e dos dados consultados para análise. Ainda assim, diversos outros estudos apontam a ineficácia.
O movimento vem após diversos estudos questionarem o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina, já que boa parte deles aponta que não há benefícios no uso da medicação. Além disso, estudos mostraram que os medicamentos, usados contra lúpus e malária, podem causar problemas cardíacos, como arritmias.
Em março, Trump disse que o uso da hidroxicloroquina, em combinação com azitromicina, tinha "real chance de ser um dos grandes pontos de virada na história da medicina", mesmo tendo poucas evidências para suportar sua opinião.
Trump, de 74 anos, chegou a dizer que tomou o medicamento preventivamente, depois de duas pessoas da Casa Branca serem diagnosticadas com a covid-19.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também incentiva o uso da cloroquina, a ponto de o Ministério da Saúde ter feito um protocolo para o uso do medicamento, mesmo em fases iniciais da covid-19.
Os Estados Unidos chegaram a enviar 2 milhões de comprimidos para o Brasil, conforme Bolsonaro anunciou no fim de maio.
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