Estudo de Oxford encontra 1ª droga capaz de reduzir mortes por covid-19
Resumo da notícia
- Uma pesquisa de Oxford diz ter achado a 1ª droga que reduz índices de morte em casos graves da covid-19
- O corticoide dexametasona se mostrou efetivo no tratamento de casos graves da doença
- Números mostram que a redução de mortes foi de 35% para pacientes que precisavam de respiradores
- Houve ainda redução de 20% nas mortes de pacientes que precisavam de suporte de oxigênio
- A droga é de baixo custo e o Ministério da Saúde do Reino Unido já a incluiu no tratamento da doença
Pesquisadores britânicos afirmam que encontraram a primeira droga que, comprovadamente, reduz a incidência de mortes pela covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. De acordo com cientistas da Universidade de Oxford, em resultados apresentados hoje, houve redução de um terço das mortes em pacientes que precisavam de tratamento com oxigênio e receberam o corticoide dexametasona.
A droga, que tem efeito anti-inflamatório. é de baixo custo, e o Ministério da Saúde do Reino Unido confirmou que vai inclui-lo no tratamento da covid-19 —a OMS (Organização Mundial da Saúde) ainda não se pronunciou.
Segundo eles, o estudo, parte do Recovery (Randomised Evaluation of Covid-19 Therapy, ou avaliação randomizada da terapia contra a covid-19), mostra os resultados para 2.104 pacientes selecionados aleatoriamente, que foram medicados com a dexametasona, por via oral ou intravenosa. Eles foram comparados a 4.321 pacientes tratados convencionalmente.
Os números mostram que a redução de mortes foi de 35% para pacientes que precisavam de tratamento com respiradores e 20% para os que precisavam de suporte de oxigênio. Houve registro de que a droga seja eficiente em casos menos severos, com apenas 13%.
"Este é um resultado extremamente bem-vindo", disse Peter Horby, da Universidade de Oxford, em comunicado reproduzido pela agência AP. "O benefício da sobrevivência é claro e amplo nestes pacientes que estavam doentes o suficiente para precisarem de tratamento com oxigênio. Então, a dexametasona pode agora se tornar padrão no cuidado destes pacientes."
Ele ainda acrescentou: "A dexametasona é barata nas prateleiras e pode ser usada imediatamente para salvar vidas ao redor do mundo".
Nick Cammack, um dos responsáveis pela Wellcome, projeto de caridade que banca pesquisas científicas, afirmou que, ainda que a droga só ajude em casos severos, "inúmeras vidas podem ser salvas pelo mundo". Outras entidades financiam os estudos, como a fundação de Bill e Melinda Gates.
"Dexametasona agora precisa ser liberada e acessada pelas milhares de pessoas doentes pelo mundo. Ela é fácil de ser fabricada, barata, pode ser produzida rapidamente e precisa apenas de uma pequena dose", defendeu Cammack.
Corticoides agem reduzindo inflamações, um problema que é causado pela covid-19, quando ela faz com que o sistema imune atue para tentar frear o coronavírus. A reação forte do sistema imune pode ser fatal, então, médicos começaram a testar esteroides e anti-inflamatórios em pacientes.
Este estudo é o mesmo que mostrou neste mês que a hidroxicloroquina não mostrava eficácia contra o coronavírus.
11,5 mil pacientes aleatórios de 175 hospitais da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte foram tratados com os protocolos comuns ou com um dos seguintes medicamentos: hidroxicloroquina, dexametasona, um combo anti-HIV, azitromicina, tocilizumabe, ou plasma de pessoas que se recuperaram da covid-19 e apresentavam anticorpos contra o coronavírus.
Reino Unido inclui droga no tratamento
O Reino Unido começará a administrar imediatamente dexametasona aos pacientes com covid-19, conforme anunciou hoje o ministro da Saúde, Matt Hancock, depois que o estudo demonstrou que o corticoide salvou as vidas de um terço dos casos mais graves.
"Estamos trabalhando com o Serviço Nacional de Saúde para que o tratamento padrão contra a covid-19 inclua a dexametasona a partir desta tarde", disse Hancock.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.