Homens negros têm o dobro de chance de morrer de covid-19 no Reino Unido
Homens negros têm o dobro de chances de morrerem pela covid-19 do que homens brancos, segundo o levantamento do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) do Reino Unido na Inglaterra e País de Gales.
A pesquisa inédita no país avaliou aspectos como local de residência, densidade demográfica, privações de serviços básicos e origem familiar. Na conclusão, especialistas disseram que os resultados ainda são "inexplicáveis".
O levantamento avaliou ainda as mortes por religião e etnia. Homens com etnia bengali, paquistanesa ou indiana também apresentaram um risco significativamente maior de morte em decorrência do novo coronavírus (de 1,5 a 1,6 vezes maior) do que homens brancos. Já em mulheres de origem bengali, paquistanesa, indiana, chinesa ou de grupos multiétnicos, o risco de morte foi equivalente ao das mulheres brancas.
"A análise continua a mostrar que as pessoas de origem negra têm maior risco de morte por covid-19 do que todos os outros grupos étnicos. O ONS continuará pesquisando esse aumento inexplicável de morte, examinando o impacto de outras condições de saúde", afirmou Nick Stripe, chefe de análises de saúde da ONS.
Desde maio, órgãos de análise vêm alertando para o aumento de casos entre o grupo de minorias chamado de "BAME" no Reino Unido, no qual estão incluídos negros, asiáticos ou pessoas que pertencem a uma minoria étnica. Em maio, eles representavam 34,5% dos casos confirmados no Reino Unido, apesar de representarem apenas 13% da população em geral.
Para fazer o recorte por religião, o ONS combinou dados obtidos no censo 2011 e informações dos óbitos. O grupo com maior risco de morte entre todas as avaliações por crença são os homens que se declararam muçulmanos. Comparados aos homens que declararam não ter religião, os muçulmanos têm até 2,5 vezes mais chances de morrer por covid-19.
Nos primeiros cinco meses da pandemia, 198,9 mortes a cada 100 mil habitantes foi de homens muçulmanos. Para mulheres, a proporção foi de 98,2 mortes a cada 100.000 habitantes.
Entre os homens judeus, a taxa de mortalidade foi de 187,9 mortes para cada 100 mil habitantes, contra 92,6 entre os que se declararam católicos. Com relação às mulheres, as taxas ficaram em 94,3 (judias) e 54,6 (católicas) para cada 100 mil pessoas. Já com relação aos hindus, a taxa de mortalidade foi de 154,8 para homens e 93,3 para mulheres, ambas a cada 100 mil habitantes.
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