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Volta às aulas em SP: medidas de prevenção mantêm alunos em segurança?

coscaron/iStock
Imagem: coscaron/iStock

Giulia Granchi

Do VivaBem, em São Paulo

24/06/2020 14h50

O governo do estado de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (24) a previsão de retomada gradual das aulas presenciais a partir de 8 de setembro em todos os níveis de educação, da infantil à superior, nas escolas públicas e privadas.

De acordo com Rossieli Soares, secretário estadual da Educação, as aulas presenciais serão permitidas quando todas as regiões do estado estiverem na fase 3 do plano gradual de reabertura da economia do governo estadual por pelo menos 28 dias consecutivos. Por enquanto, não há nenhuma região nessa fase.

A princípio, os locais devem ter lotação máxima de 35% dos alunos (ainda não há explicações sobre como serão escolhidos). Conforme a localidade avança com controle efetivo do número de casos de covid-19, mais alunos poderão ser recebidos nas salas, mas ainda não há data certa para isso.

Protocolos obrigatórios

Entre as medidas de segurança obrigatórias, o governo apontou:

  • Intervalos, entrada e saída do colégio devem ser feitos em horários diferentes para evitar aglomerações;
  • Distanciamento social de pelo menos 1,5 m entre as pessoas;
  • Uso de máscara para todos os alunos e funcionários.

Além disso, outros cuidados como higienização constante dos ambientes e recipientes de uso pessoal para água deverão ser adotados.

Medidas são suficientes para a segurança?

O protocolo, na visão de Natália Pasternak, microbiologista e pesquisadora do Instituto Ciências Biomédicas da USP, é bem planejado. "Levou em conta modelo de sucesso de outros países, está alinhado com a capacidade do atendimento de saúde pública e dá bastante tempo para as escolas e pais se prepararem."

No entanto, a especialista aponta que colocá-lo em prática pode ser mais desafiador. "Temos que acompanhar como está a situação da pandemia até a data e qual assistência e tipo de fiscalização que o governo vai dar para cada local", explica.

Durante a transmissão ao vivo pelos canais oficiais do governo do estado de São Paulo pelas redes sociais, comentários de pais também expressavam preocupação com o uso de máscara durante o dia todo —já que muitas crianças não se acostumam facilmente com a proteção— e a possível aproximação dos pequenos por terem vontade de brincar e abraçar os colegas.

Para Pasternak, os questionamentos são pertinentes e não há resposta única para todos os grupos. "Ainda falta esclarecimento para boa parte da população. Vemos pessoas adultas usando máscara de forma incorreta e com crianças pequenas certamente não será fácil", diz.

A melhor solução, na opinião da especialista, é um esforço contínuo de comunicação da parte do governo. "É o trabalho que menos tenho visto durante a pandemia. O plano diz que serão distribuídos folhetos e manuais de comportamento, mas se o diálogo não é constante, os ensinamentos não chegam a todos."