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Pesquisa investiga relação entre genes e casos graves da covid-19

Projeto será realizado no Instituto de Pesquisa do Câncer de Guarapuava (Ipec), no Paraná - iStock
Projeto será realizado no Instituto de Pesquisa do Câncer de Guarapuava (Ipec), no Paraná Imagem: iStock

Da Agência Brasil

25/06/2020 19h21Atualizada em 26/06/2020 10h35

Um estudo brasileiro vai investigar se há relação entre fatores genéticos e o desenvolvimento de formas mais agressivas da covid-19 nos pacientes infectados. O projeto Abordagem Genômica para Investigar Variações Genéticas do Sars-CoV-2 e no Hospedeiro Humano será realizado no Instituto de Pesquisa do Câncer de Guarapuava (Ipec), no Paraná.

De acordo com o presidente do Ipec, professor David Livingstone Figueiredo, o foco da pesquisa será a investigação dos fatores que tornam alguns indivíduos, mesmo fora do grupo de risco, mais propensos a desenvolver quadros de maior gravidade da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Segundo o professor, já se sabe, por exemplo, que os fatores de risco são idade avançada, obesidade, existência de comorbidades, como doenças cardiovasculares, câncer ou diabetes, e que homens são levemente mais propensos a morrer por conta da covid-19 do que mulheres.

"Todos esses fatores, no entanto, não explicam por que certos pacientes jovens ou sem comorbidades desenvolvem quadros graves da covid-19", ressaltou. "Haveria fatores genéticos inerentes a determinados indivíduos que os tornam mais propensos a desenvolver formas graves da doença? Se existem, quais seriam tais fatores?", questionou o especialista.

Na pesquisa, serão estudadas geneticamente, ao longo de quatro meses, amostras de sangue e tecidos de pacientes com manifestações clínicas da covid-19 leve, moderada e grave, obtidas de instituições de saúde dos estados do Paraná e de São Paulo. Figueiredo informou que serão analisadas entre 150 e 500 amostras, mas o número que pode chegar a 800.

"O estudo tem cuidado com o rigor científico na seleção dos pacientes. É preciso ser rigoroso com as amostras a serem analisadas e controlar, por exemplo, e existência das comorbidades de cada paciente para que tenhamos um resultado sem distorções, com segurança", destacou o pesquisador.

A pesquisa terá duração de dois anos, que serão contados a partir de julho. Segundo Figueiredo, no entanto, no início do primeiro semestre do ano que vem, os primeiros resultados já deverão ser conhecidos.