Tem sofrido com culpa? Aprenda com erros e pare de remoê-los internamente
Em algum momento da vida, você já deve ter feito algo pensando que seria bom ou que não teria consequências para determinada pessoa, no entanto, a prejudicou ou magoou. Além disso, fez determinada atividade que não deu muito certo e se frustrou por dias.
Todas essas sensações estão ligadas à culpa. Sim, ela mesma. Aquele sentimento que se mistura com o remorso, que não o deixa seguir em frente e que, muitas vezes, provoca tristeza e sentimentos negativos.
E pior do que o próprio sentimento é tentar se livrar dele. Embora em alguns momentos pareça difícil enxergar uma saída, o ideal é fazer exercícios que possibilitem aprender com esse processo e tirar aprendizados disso tudo. "A pessoa precisa praticar o autoperdão", afirma Cristina Borsari - Psicóloga da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Culpa em dois sentidos
A sensação pode aparecer em diversos momentos da vida e pode estar ligada à uma crença de onipotência do ser humano, levando a um inconsciente de que ele é todo-poderoso. Pensar dessa forma provoca sentimentos de culpa quando ocorrem falhas e perdas. "Esse ponto está muito relacionado ao rigor com nós mesmos. O ser humano precisa entender que ele pode falhar e isso é importante", diz Naim Akel Filho, psicólogo e professor do curso de PUCPR (Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná).
A outra sensação está ligada com intenções que podem ter sido boas, mas que resultaram em ações que provocaram algo ruim e por isso geraram a culpa. Essa é muito comum nas relações de afeto.
Tem como aprender e sentir menos culpa?
Mesmo que você tenha provocado algo de forma intencional, tente olhar para aquilo e ver por que gerou determinado conflito. Se a culpa está batendo é sinal que você não está feliz e que percebeu que fez algo errado.
Já se a situação não foi provocada de maneira pensada, tente ver que aquela não foi sua intenção. Reflita, anote e tire pontos que você podia ter feito diferente e como aprendeu com aquilo. "O importante é ser racional e pensar que errou por esse motivo. Mas não fique se 'remoendo' por tanto tempo. Muitas vezes a outra pessoa já nem lembra do problema e você ainda está naquilo. O certo é aprender com erro", reforça Borsari.
E por mais que demore algum tempo, uma hora você consegue seguir em frente. Seja em relações de afeto, no trabalho, no dia a dia. Um exemplo comum, segundo os especialistas, é terminar determinada relação e se sentir culpado por fazer o outro sofrer.
Akel Filho explica que a emoção dói muito, mas por mais que demore, a pessoa enxergará que tomou a melhor decisão no futuro. "Maturidade é o nosso fortalecimento em cima das nossas angústias. Não devemos nos sentir culpados por ações que possam ferir", diz.
Quando procurar ajuda?
A melhor maneira é procurar sempre o autoconhecimento para entender questões pontuais a você e por que a culpa ronda seus pensamentos. Investigue se foram ações pontuais ou se são sempre recorrentes, como não aceitar determinada perda no trabalho.
Se é algo que é recorrente, o aconselhado procurar um psicoterapeuta para analisar pontos e proporcionar um tratamento e cuidado adequado.
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