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Discriminação pode aumentar risco de hipertensão em negros, diz estudo

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Imagem: iStock

Bruna Alves

Colaboração para VivaBem

01/07/2020 14h34

Uma nova pesquisa publicada hoje (1º) na revista americana Hypertension, mostra que a discriminação sofrida por negros ao longo da vida pode estar relacionada ao desenvolvimento de hipertensão.

Segundo a pesquisa, os negros que relataram sofrer discriminação, em níveis médios e altos, apresentaram maior risco de desenvolver hipertensão, em relação aos que disseram sofrer menos preconceito.

Allana T. Forde, autora do estudo e pesquisadora de pós-doutorado na Urban Health Collaborative na Drexel University, alertou sobre a importância do assunto: "Estudos anteriores mostraram que a discriminação afeta a saúde dos afro-americanos. No entanto, esta pesquisa é um dos primeiros grandes estudos comunitários a sugerir uma associação entre discriminação ao longo da vida e desenvolvimento de hipertensão em uma grande amostra de homens e mulheres afro-americanos e mulheres".

Como foi feita a pesquisa?

  • Os pesquisadores revisaram os dados de 1.845 negros, com idades entre 21 e 85 anos;
  • Os participantes do estudo não apresentaram hipertensão durante a primeira visita de 2000 a 2004. Os pacientes tiveram duas visitas de acompanhamento: uma em 2005 a 2008 e a segunda entre 2009 e 2013. Os participantes relataram suas experiências de discriminação em casa, por meio de entrevistas, questionários e exames clínicos;
  • Por fim, foram definidos como hipertensos quem disse estar tomando medicação para baixar a pressão arterial ou tivessem pressão arterial igual ou superior a 140 mmHg ou pressão arterial diastólica superior a 90 mmHg nas consultas de acompanhamento.

Quais foram os resultados?

Durante o período de acompanhamento, mais da metade dos participantes (954 ou 52%) desenvolveu hipertensão. Os voluntários que relataram sofrer discriminação ao longo da vida em níveis médios tiveram um risco de 49% maior de hipertensão, após considerar outros fatores de risco.

"Nossas descobertas destacam a necessidade de os profissionais de saúde reconhecerem a discriminação como determinante social da saúde. Os profissionais de saúde que compreendem a importância de fatores estressantes únicos, como a discriminação que afeta a saúde dos afro-americanos, estarão melhor equipados para fornecer o melhor atendimento ao paciente para a população", destaca Forde.

"No entanto, os cuidados médicos não são suficientes. De maneira mais ampla, nossos resultados sugerem que determinantes sociais como racismo e discriminação afetam a saúde de maneiras mensuráveis. Abordar esses fatores é fundamental para reduzir as taxas de doenças crônicas", completa.