Exame de sangue pode prever se paciente com covid precisará de ventilador
Pesquisadores da Universidade da Faculdade de Medicina da Virginia, nos Estados Unidos, desenvolveram um exame de sangue capaz de prever quais pacientes com covid-19 precisarão de um ventilador. Geralmente, indivíduos que necessitam do aparelho já apresentam um quadro clínico grave.
A descoberta pode levar a um sistema de pontuação que sinaliza os pacientes em risco para monitoramento mais próximo e personalizado. Pode explicar ainda como a diabetes piora o quadro clínico.
A análise clínica foi feita em 57 pacientes com covid-19 que precisavam de um ventilador para respirar. Depois, os pesquisadores compararam amostras do sangue desses voluntários com as de pacientes que não precisavam de respiradores.
Ao analisar os dados, eles descobriram que os níveis sanguíneos de uma determinada citocina são preditivos de como será o curso da doença. As citocinas podem provocar uma reação exagerada do sistema imunológico, gerando uma resposta excessiva e, em vez de defender, começa a atacar nossas células, provocando uma hiperinflamação no pulmão, em alguns casos.
"A resposta imune que descobrimos prever grave falta de ar na covid-19 é conhecida em outras doenças pulmonares por causar danos", disse o pesquisador Bill Petri, um dos autores do estudo. O especialista reforça ainda que isso pode levar a uma nova maneira de prevenir a insuficiência respiratória em indivíduos infectados com o novo coronavírus, inibindo a citocina imune.
Petri disse que sua equipe planeja testar a descoberta em um modelo antes de considerar um ensaio clínico. Os pesquisadores compartilharam suas descobertas em 28 de junho no site medRxiv.org. O estudo não foi revisado por pares e deve ser considerado preliminar.
Relação com diabetes
Durante a análise, os pesquisadores também encontraram níveis mais altos de duas citocinas em pacientes com alto grau de açúcar no sangue, o que pode explicar por que o diabetes está associado a uma piora do quadro de quem está infectado.
Os cientistas estão confiantes diante da descoberta e acreditam que a citocina lança luz sobre como o sistema imunológico reage à infecção por coronavírus e pode ajudar os médicos a desenvolver novas terapias contra a doença.
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