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Compensar sono no fim de semana até faz bem, mas dormir 8 h deve ser hábito

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

04/07/2020 12h35

Se você é daqueles que tenta recuperar o sono perdido da semana no sábado e no domingo, pesquisadores franceses têm más notícias: não funciona lá muito bem, apesar de ajudar. O estudo contou com 12.637 participantes e foi publicado na revista Sleep Medicine.

O levantamento se concentrou em adultos que dormem regularmente apenas seis horas ou menos durante a semana. Especialistas dizem que as pessoas precisam, em média, de sete a oito horas diárias de sono. Os participantes do estudo francês responderam sobre a rotina de sono por telefone, como parte de uma pesquisa nacional de saúde.

"Nossa pesquisa mostra que cerca de 75% das pessoas com 'sono em atraso' não conseguiram dormir mais no fim de semana ou tirar cochilos", disse Damien Leger, autor do estudo e chefe do Centro de Sono e Vigilância do Hospital de Assistência Pública de Paris.

O motivo? A maioria não teve tempo ou condições favoráveis para dormir, tais como um ambiente barulhento, estresse ou filhos em casa.

Dados do levantamento

A quantidade média de sono diário durante a semana foi de 6 horas e 42 minutos. Nos fins de semana, esse número subia para 7 horas e 26 minutos. Mais de um quarto dos entrevistados (27%) disse que tirou uma soneca pelo menos uma vez durante a semana e cerca de um terço disse que o fez nos fins de semana.

Mesmo assim, apenas 18% dos homens e mulheres gravemente privados de sono conseguiram dormir o suficiente para compensar as deficiências crônicas do sono durante a semana. Os homens se saíram particularmente mal: apenas 15% conseguiram equilibrar o sono.

Consequências

"É um problema sério. E que provavelmente afeta milhões. Cerca de um terço dos adultos tem uma falta diária de sono", observou Leger.

Segundo a pesquisa, o que faz as pessoas dormirem menos são o turno de trabalho, os deslocamentos longos entre o local de trabalho e a casa e o apego excessivo à tecnologia, como smartphones.

A preocupação é que, com o tempo, este sono em atraso possa se traduzir em uma ampla gama de problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes, doenças cardíacas, depressão e lesões acidentais. Por isso, a melhor saída apontada pelos pesquisadores é fazer do ato de dormir bem e em quantidade suficiente um hábito diário.

Nathaniel Watson, professor de neurologia do Centro de Medicina do Sono da Universidade de Washington, em Seattle (EUA), explica que dormir mais nos fins de semana é um bom começo. "Mas, normalmente, apenas um dia ou dois de mais sono não compensar totalmente a privação crônica".