Pesquisa aponta que homens estão se cuidando ainda menos na pandemia
O resultado de uma pesquisa realizada pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) divulgado hoje (14) mostrou que a procura por cirurgias eletivas urológicas caiu 50% na pandemia.
Ao todo, foram ouvidos 766 urologistas associados à SBU. Desses, cerca de 90% afirmou que houve uma redução em 50% das cirurgias eletivas, e 54,8% relatou que as cirurgias de emergências diminuíram pela metade.
Esse panorama preocupou os especialistas, visto que os homens, normalmente, tendem a cuidar menos da saúde, quando comparados às mulheres. Agora eles podem estar postergando o tratamento pelo receio de contraírem a covid-19.
"Homens no Brasil vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres, além de ter propensão a doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol elevado, hipertensão arterial e tendência à obesidade, entre outros problemas de saúde", afirma o presidente da SBU-SP, Dr. Geraldo Eduardo de Faria.
"Os efeitos da pandemia sobre a saúde do homem ultrapassaram, de longe, os limites da agressividade desta doença [covid-19], por atingir outras áreas de vital importância física, psicológica e social. Particularizando a urologia, pesquisa da SBU que avaliou o atendimento da especialidade mostrou alarmantes resultados relativos à diminuição assistencial. Mais da metade dos pacientes que necessitava de tratamento cirúrgico e, o que é mais grave, de emergências, deixou de ser operada", alerta Antônio Carlos de Lima Pompeo, presidente da SBU.
Principais problemas que não podem esperar
Câncer de próstata
O câncer de próstata é silencioso, mas, se tratado no início, as chances de cura beiram os 90%. A detecção pode ser feita por meio de um exame de toque retal e dosagem de PSA no sangue. Os especialistas afirmam que os exames complementares, como a biópsia para confirmação da doença, não podem esperar.
ISTs
São infecções sexualmente transmissíveis causadas por vírus e bactérias durante o sexo, quando o preservativo é dispensado. Esses casos também são urgentes.
Câncer de testículo
Trata-se do câncer mais comum entre homens de 20 a 40 anos. Cerca de 95% desse tipo de câncer tem cura, mas é importante ficar de olho em alterações na bolsa escrotal, especialmente em crianças.
Câncer de pênis
Esse tipo de câncer acomete, principalmente, homens com mais de 50 anos. Dentre as principais causas estão as doenças sexualmente transmissíveis, a má higiene e a presença de fimose, portanto, é possível fazer a prevenção de forma simples, apenas usando camisinha e mantendo a higiene em dia.
Hiperplasia benigna da próstata
Essa alteração está relacionada ao envelhecimento, genética e presença de hormônios sexuais. Os principais sintomas são a diminuição da frequência urinária, diminuição da força e do calibre do jato urinário, vontade de urinar diversas vezes à noite, entre outros.
Carlos Bautzer, médico urologista do Hospital Sírio-Libanês e professor da Faculdade de Medicina do ABC (SP), explica que, embora seja uma doença benigna, o quadro pode se agravar e trazer sérias complicações. "A hiperplasia prostática, apesar de benigna, pode atrapalhar a saída da urina por abraçar a uretra. Dependendo do grau de obstrução, pode levar a acúmulo de urina na bexiga, levando a infecções, cálculos na bexiga e até insuficiência renal em casos extremos", diz.
"Nesses casos, como as vezes os sintomas são somente urinários, é necessária uma avaliação mais aprofundada para ter certeza que não estamos em alguma das situações anteriores", completa o urologista. Segundo os especialistas, metade dos homens acima dos 50 anos terão esta alteração. Já aos 90 anos, a incidência sobe para 80%, ou seja, quase todos os homens que chegarem nessa idade passarão por isso.
Incontinência urinária
Segundo a SBU, no Brasil, 15% dos homens, acima de 40 anos, apresentam incontinência urinária (vazamento da urina). A pessoa com esse problema pode fazer xixi na roupa a qualquer momento, porque não consegue segurar. Esse sintoma gera ansiedade, depressão, redução na produtividade no trabalho e afastamento até do parceiro (por vergonha).
Por isso, o paciente não pode esperar a pandemia acabar para buscar ajuda. Além disso, é possível fazer fisioterapia e até intervenções cirúrgicas, dependendo do caso.
Bexiga hiperativa
A bexiga hiperativa é a necessidade urgente de urinar, quando a pessoa não consegue segurar. Esse problema é relativamente simples e o tratamento baseia-se, principalmente, em mudanças comportamentais que possam estar contribuindo para o quadro.
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