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Sou uma mulher de 40 anos e não sinto vontade de transar. O que pode ser?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

14/07/2020 04h00

Existem diversas causas para a falta de desejo sexual que podem envolver fatores físicos e emocionais. Quando o motivo está no organismo, problemas como alterações hormonais, ressecamento vaginal e o uso de algumas medicações contribuem para a redução na vontade de transar. Porém, é o lado psicológico que mais pode afetar o desejo sexual. Ansiedade, depressão, estresse e crises conjugais são considerados os quatro vilões do sexo. Diante de todos esses fatores, o ideal é procurar um ginecologista, um psiquiatra e/ou um psicólogo (de preferência, todos com especialidade em sexualidade), para que eles possam indicar o melhor tratamento.

Durante o encontro com os profissionais da saúde será verificado se existe dificuldade no relacionamento, mágoa em relação ao parceiro, abuso sexual na infância, relacionamento conflituoso, alterações biológicas e doenças que possam levar à redução do desejo sexual.

Também é válido fazer uma reflexão se essa queixa é realmente sua ou da pessoa com quem você está se relacionando, ou de ambos. Afinal de contas, a falta de vontade de transar de um casal pode ocorrer devido a longa duração do relacionamento. Então, o chamado desejo sexual espontâneo pode reduzir. Por outro lado, o desejo responsivo pode permanecer. Ou seja, quando o casal inicia a relação, a mulher e o homem se excitam e podem atingir a satisfação sexual.

Além de procurar ajuda profissional, que é fundamental, algumas dicas podem ser seguidas no dia a dia para tentar estimular a vontade de transar. O primeiro passo é cuidar de si. Separe um tempo para você e sua autoestima. É muito importante, também, conhecer e explorar todas as partes do corpo do ponto de vista erótico. Assim, fica mais fácil dizer o que quer e deseja na hora da cama.

Se a mulher estiver bem de saúde e a questão for somente o relacionamento que caiu na mesmice, a dica é mexer na rotina, incluindo a sexual. Surpreender a pessoa com quem se está relacionando com uma nova proposta, ou combinar fantasias sexuais, mudar o ambiente, escrever uma mensagem erótica ao longo do dia para apimentar o clima da noite, por exemplo, podem ajudar bastante. Mas isso, claro, se ainda valer a pena investir na relação. E entenda que o sexo não é uma via de mão única. É um ato de dar e receber prazer. Por isso, uma boa conversa fora da cama pode mudar muito.

Então, antes de trazer novidades, é bom sondar o parceiro ou a parceira para saber o que agrada e dizer de que forma também gostaria de ser agradada. Os dois tem que entrar juntos nessa. E não esqueça: independentemente disso, busque ajuda de um profissional da saúde.

Fontes: Lilian Fiorelli, ginecologista especialista em sexualidade feminina e uroginecologia pela USP (Universidade de São Paulo); Lucia Alves Silva Lara, coordenadora do serviço de saúde sexual do departamento de ginecologia e obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP; Luiz Gustavo Oliveira Brito, professor-assistente do departamento de obstetrícia e ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas, em São Paulo; Mariana Maldonado, ginecologista, sexóloga e membro do comitê científico da SBRASH (Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana); Marina Vasconcellos, psicóloga, psicodramatista e terapeuta familiar e de casal, de São Paulo e; Marlon Mattedi, psicólogo, terapeuta sexual e especialista em sexualidade da plataforma Sexo sem Dúvida.

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