Pesquisadores criam projeto para identificar dor em bebês recém-nascidos
Um projeto desenvolvido por pesquisadores da disciplina de pediatria neonatal da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e pelo Centro Universitário FEI mostrou como os neonatais sentem dor.
O trabalho científico tentou descobrir como é possível reconhecer as dores em bebês, além de diferenciá-las das dos adultos. Para chegar a essas informações, o projeto usou uma técnica de rastreamento visual.
Eles criaram um aparato, que tem três câmeras posicionadas no berço para capturar as expressões dos bebês enquanto passavam por procedimentos de avaliação como teste do pezinho e outros.
Com autorização dos pais, era colocada uma estrutura capaz de capturar movimentos mais agudos ou menos agudos da criança. Depois disso, vídeos eram gerados e, por meio de imagens, os pesquisadores classificavam como dor aguda, sem dor ou não aguda.
Carlos Eduardo Thomaz, coordenador do mestrado de Engenharia Elétrica da FEI e um dos autores da pesquisa, explica que para explorar essas diferenças foram usadas técnicas de inteligência artificial. Segundo ele, o ponto-chave do estudo é aprender a julgar a dor de um bebê. "O trabalho vai ajudar também profissionais de saúde a desenvolverem tratamentos específicos e cuidados mais direcionados para os bebês", diz.
Reconhecimento facial
O estudo mostrou que profissionais de saúde possuem maior chance de identificar corretamente as imagens com dor e sem dor dos bebês. Além disso, dentre quatro áreas da face —boca, fenda palpebral, fronte e sulco nasolabial—, os adultos olharam menos para o sulco nasolabial (dobra da pele que fica desde a lateral do nariz até os cantos da boca).
No entanto, olhar para esta região associou-se à maior chance de identificar corretamente as imagens de neonatos com e sem dor. "Quem fixou o olhar nessa região teve uma assertividade maior, o que mostra que o sulco nasolabial tem uma importância maior", explica o pesquisador.
Diferença da dor entre adultos e bebês
Thomaz ressalta que, além de ajudar os profissionais nos cuidados com as crianças, é possível compreender ainda mais o caminho da dor em um recém-nascido.
O adulto consegue se expressar de forma verbal e, muitas vezes, consegue associar a dor, para o bebê é diferente. "Para o bebê é quase uma ameaça", conclui.
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