Tainá Muller: "Eu me permito ficar triste, pelo menos não voltei a fumar"
A atriz Tainá Muller contou no Conexão VivaBem desta terça-feira (21) que está aliviada em não ter voltado a fumar durante a quarentena. Ela já havia contado em seu Instagram que largou o cigarro em junho de 2019, após 20 anos de vício.
"Tudo bem ficar triste, ter um dia mais ansioso que eu vou me jogar no chocolate. Pelo menos eu não voltei a fumar, já tive uma supervitória. Parei de fumar, tinha esse vício horroroso e aí me deu medo até disso, de voltar na quarentena. Mas estou segurando, me jogo no chocolate e depois compenso na malhação. É um dia de cada vez", disse.
Na conversa com o psiquiatra Jairo Bouer e com o psicólogo Rossandro Klinjey, ela ainda contou que tem tentando manter uma rotina de exercícios, mas sente dificuldades em encontrar um momento para si. "Com criança, a quarentena ganha outros contornos. Às vezes, eu desejava ter um espaço para mim, até para ficar mal, sabe? Não tem muito como fazer isso. Tiveram alguns momentos que eu fiquei mal e aí outros momentos que meu marido também não ficou legal e a gente tenta segurar a onda do outro, cuidando do Martin", disse.
Empatia social
A atriz afirmou que, quando dá vontade de reclamar e de surtar, pensa que nem tem o direito de fazer isso, porque está bem, tem comida, tem uma casa. Mas às vezes ela também fica triste pelos outros. "Me entristece muito a situação de várias pessoas. Acho que toda essa situação veio para comprovar que a gente é uma teia, totalmente interligado. Eu posso estar ótima, mas a maioria das pessoas está péssima ou tem gente morrendo, tem gente enlutada", disse.
Klinjey refletiu que a empatia social é um tipo de inteligência emocional que infelizmente nem todo mundo tem. "É muito normal estar normal em tempos de anormalidades. A gente tem que aceitar. Eu estou oscilando mais do que a bolsa de valores, mas depois de um tempo você começa a perceber que preciso, obviamente, manter a minha solidariedade e compaixão para quem não tem as circunstâncias que a gente tem, materiais e emocionais", disse.
O psicólogo contou que, ao mesmo tempo, é preciso ser grato pelas conquistas, tanto do ponto de vista físico quanto emocional. Então, a oscilação de sensações é normal. "Tem hora que é tão punk o que está acontecendo que não podemos minimizar os impactos disso. Desde a Segunda Guerra Mundial, a gente jamais viveu algo semelhante", disse.
"No início, estava me sentido em um apocalipse zumbi. Até que você vai entendendo que aquilo ali é uma necessidade. E eu fui percebendo isso. É importante pensar que eu colaboro, eu ajudo, mas eu preciso continuar a minha viagem, porque, se eu não ficar bem, como é que eu vou ajudar as pessoas que vão ficar mal?", questionou.
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