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Tainá Muller: "Posso ser do grupo que teve covid-19 e não fez imunidade"

Do VivaBem, em São Paulo

21/07/2020 10h30

No Conexão VivaBem desta terça-feira (21), Tainá Muller contou que teve sintomas do coronavírus, mas tanto no teste molecular quanto para o de anticorpos o resultado deu negativo. A suposição é de ela enfrentou uma H1N1 ou teve covid-19 e não adquiriu imunidade ao vírus.

"Fiquei muito ansiosa na primeira semana [que ficamos sabendo da circulação do vírus], até meio 'panicada'. Não sei se foi isso que baixou a minha imunidade também. Até hoje, não sei direito o que eu tive. Mas tive febre durante oito dias e falta de ar. Os sintomas duraram entre 15 a 18 dias", disse, durante a conversa com o psiquiatra Jairo Bouer e o psicólogo Rossandro Klinjey.

"Fiz o teste [molecular] depois, no final desses sintomas. Então, existe a possibilidade de eu ter tido e não não ter resultado positivo, porque já estava no final da doença. Quando eu fiz o sorológico, recentemente, três ou quatro meses depois dos sintomas, também deu negativo. Minha médica disse que febre psicológica de oito dias é muito difícil, mas disse que posso ter pego uma H1N1 ou entrei naquele grupo de 20% de pessoas que teve [covid-19] e não fez imunidade. Foi então que eu vi o quão complicada é essa doença", disse.

Montanha russa

Tainá contou que a saúde mental anda desequilibrada na pandemia. Enquanto o primeiro momento foi de isolamento dentro da própria casa e de seu filho, quando os sintomas passaram, ela entrou na quarentena. "São muitos altos e baixos. Ontem, por exemplo, foi um momento que eu pensei que a vida vai ser assim agora, que a gente não vai nem lembrar de como era antes. Eu vi no jornal que, na melhor das hipóteses, em junho do ano que vem a gente tem uma vacina. Acho que eu defino como montanha russa esse momento", disse.

Klinjey encara o momento como uma intimação da natureza e disse ser importante saber o que está fora de controle. "O que aconteceu não foi um convite, porque convite podemos recusar. A natureza nos impôs, foi uma intimação para repensar a vida, repensar modelos, formas de viver. A gente tem que pensar quais são as coisas que dependem de mim, que estão sob o meu controle e quais não estão. Não está sob meu controle a vacina, a imunidade de rebanho, o quão severa vai ser essa crise econômica. Está sob meu controle as pessoas que eu amo, que dependem de mim financeiramente, as pessoas que trabalham comigo, a minha atitude diária".

Após quatro meses isolada em casa, Tainá disse que saiu pela primeira vez para viajar para o campo. Mas que não cogita ir ao shopping, por exemplo. "Meu filho começou a ficar muito rebelde, emocionalmente abalado de não ter contato com ninguém, de não poder correr livremente. Então a gente começou a pensar em sair. Ontem eu acabei de voltar de quatro dias na serra. Aluguei uma casa, não tive contato com ninguém. Foi muito importante. Ele olhava para os morros e falava 'Mamãe, eu posso ir até lá'. Agora, estou pensando em fazer pequenas viagens, mas saída na cidade, em si, entrar no shopping, para mim, é uma coisa fora de cogitação".