Infectologista diz se covid-19 pode ser passada por parto ou amamentação
No Conexão VivaBem desta quinta-feira (23), a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emilio Ribas, explicou se há transmissão vertical na covid-19. Esse tipo de transmissão é feita de forma intrauterina, pelo parto ou pela amamentação.
Segundo ela, felizmente, não foi comprovado que a amamentação causa algum risco de infecção para o recém-nascido. "O risco seria caso a mãe esteja com o coronavírus no momento em que ela está amamentando, mas aí seria devido ao distanciamento menor, gerando contato respiratório, e não pelo leite", disse.
Ela sugere que essa mãe contaminada use uma máscara para proteger o bebê e, se estiver no segundo ou terceiro dia de doença, em que está tossindo muito, é melhor adiar um pouco a amamentação. "Ela pode até tirar o leite e alguém saudável oferecer para o bebê. O leite não tem problema".
Quanto à transmissão no intrauterina, ou seja, a mãe passar a doença para o bebê e ele já nascer infectado, ela realmente pode ocorrer. "Tem raríssimos casos de crianças que, nas primeiras 24 horas de vida, detecta-se o vírus, ou seja, muito provavelmente a contaminação foi intrauterina e não depois do nascimento", disse Richtmann.
Mas, de acordo com ela, são poucos os casos e essas crianças tiveram uma doença extremamente leve. "O que a gente está vendo é que, mesmo o recém-nascido, que eventualmente pegou o novo coronavírus no útero, acaba tendo um quadro bem mais tranquilo".
Já o parto é o momento em que há maior risco de transmissão. "Se essa gestante vai para o parto e ela está na vigência do quadro clínico, aquele contato pele a pele que a gente adora fazer logo que o bebê nasce, coloca no peito da mãe, coloca até para amamentar, isso, infelizmente, a gente acaba não fazendo mais. Porque sabemos que tem um risco maior de transmissão da mãe para o seu recém-nascido", disse ela.
Segundo a médica, a literatura mostrou que as gestantes têm uma porcentagem maior de internação por causa da covid-19, quando comparadas ao mesmo grupo de não gestantes. Mas isso não necessariamente significa que há mais casos graves. "Lógico que tem uma coisa de cuidado por trás disso. Se você está gestante e tem o vírus, o próprio médico vai ter uma tendência muito maior de falar para você ficar no hospital, para observar de perto pelo menos alguns dias e depois vai para casa. Então, ela precisa mais de internação".
Richtmann disse que várias mudanças foram feitas nas maternidades para reduzir os riscos. Se a mulher estiver com a doença, ela não vai poder ter, por exemplo, acompanhante no quarto ou vai ter superrestrito o número de acompanhantes. "As maternidades, de uma maneira geral, estão restringindo muito o número de pessoas que estão entrando, para a própria segurança dos nossos pacientes".
Segundo ela, é difícil às vezes a paciente entender que é preciso diminuir esses acompanhantes. Mas depois ela entende que é para proteção de todo o mundo.
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