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Conexão VivaBem

Saúde da mulher


Tia Má: "Ficar grávida nesse momento de caos mundial me deu esperança"

Do VivaBem, em São Paulo

23/07/2020 10h30

No episódio desta quinta-feira (23) do Conexão VivaBem, Maíra Azevedo, a Tia Má, disse que carregar filha no ventre nesse momento de caos mundial deu a certeza de que ela não pode desistir de seguir em frente.

"Primeiro eu tomei aquele susto. No imaginário, todo mundo tem aquela ideia de que quando você descobre que está grávida, vai soltar fogos. Mas a minha primeira reação foi de medo, de insegurança. Mas depois foi me dando aquela sensação de calmaria, de tranquilidade, uma esperança de que isso vai acabar e que dias melhores virão", disse em conversa com Jairo Bouer e a infectologista Rosana Richtmann, no episódio do Conexão VivaBem "Gravidez na pandemia: o que muda nos cuidados com a mãe e o bebê".

Apesar de a gravidez não ser planejada e de todo o medo que envolveu a notícia, a jornalista contou foi algo muito positivo. "Um filho dá a possibilidade de eu me renovar como pessoa. Eu sempre digo que a chegada de Aladê [seu outro filho, de 12 anos] mudou a minha vida por completo. Foi com a chegada de meu filho que fui entendendo que poderia ser uma pessoa melhor, que eu não poderia aceitar qualquer coisa", disse. "Com a chegada Ayanna, eu tenho a certeza de que preciso seguir em frente e me fortalecer enquanto mulher e enquanto mulher negra".

Riscos da pandemia

Richtmann, que também atende nas maternidades Santa Joana e Pro Matre, disse que o medo vivenciado por Maíra foi muito comum em diversas mães. "Falar de gestação e pandemia nos faz lembrar de influenza, do zika vírus, aquela nuvem. Então, imagino a insegurança que ela deve ter sofrido em abril, quando a gente não sabia quase nada ainda sobre esse vírus e a gestação".

Entretanto, a médica a tranquilizou, dizendo que, do ponto de vista de saúde do bebê, até agora não foram vistos grandes problemas relacionados à covid-19, diferentemente do influenza e do zika vírus. "O que a gente está vendo dessa pandemia é que as gestantes recém-infectadas que estão quase para dar à luz, elas acabam podendo ter um parto um pouquinho mais precoce. Porque eu preciso interromper o parto para cuidar direito da mãe. Isso é eventual, é raro, mas a gente já teve que fazer isso mais de uma vez para poder cuidar bem da mãe", disse.

Maíra se disse mais segura agora. "Em abril, eu só tinha medo. Agora, eu só tenho certezas que está tudo bem. A gente fica pensando em como a gente pode diminuir as possibilidades de um contágio na hora do parto, mas eu não permiti que eu fosse pautada apenas pela covid-19 durante a minha gestação".