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Saúde da mulher


Tia Má: "Nem todas as grávidas podem se dar ao luxo de fazer home office"

Do VivaBem, em São Paulo

23/07/2020 11h00

No Conexão VivaBem desta quinta-feira (23), a jornalista Maíra Azevedo disse que, por mais que seja difícil ter uma gestação durante o isolamento social, ela se considera privilegiada. "É claro que eu sinto falta do afeto, do encontro com as pessoas, mas eu também me sinto muito privilegiada de saber que eu posso viver esse isolamento dentro de casa, porque eu sei que tem milhares de mulheres que não têm essa mesma sorte que a minha", disse.

Segundo ela, na gestação de seu primeiro filho foi muito diferente. Ela até saiu para trabalhar no Carnaval de Salvador, porque era repórter. Mas mesmo tendo que ficar em casa agora, ela percebe suas virtudes. "O home office é o maior atestado de que nossa sociedade é classista. A gente sabe que nem todo mundo pode, uma empregada doméstica e uma vendedora ambulante não podem fazer home office. Nem todas mulheres podem se dar ao luxo de viver esse distanciamento, que no momento é o mais recomendado para assegurar a saúde da mãe e da criança".

A infectologista Rosana Richtmann disse que o ideal seria que as mulheres gestantes conseguissem trabalhar de casa, porque ao ter que pegar transporte público e ficar no local de trabalho, o risco de contaminação aumenta. "Eu encaro a gestante como um grupo especial durante a pandemia, mas sei que tem muita gente que não consegue fazer isso".

Segundo a médica, é importante pelo menos tentar manter o ambiente ventilado, além dos cuidados recomendados a todos, como uso de máscara e higiene frequente das mãos. Além disso, ela disse ser importante não deixar de fazer o pré-natal e conversar com o médico. "Hoje tem muita gente fazendo telemedicina, mesmo no pré-natal. Às vezes ela está se sentindo insegura com alguma coisa e consegue resolver em um bate papo com o seu obstetra, sem precisar se deslocar até o consultório dele. Então, vamos usar esses novos recursos para evitar a exposição dessas pacientes gestantes ao risco do coronavírus".