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Remédios naturais auxiliam em tratamento de infecções modernas, diz estudo

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Imagem: gevende/Istock

Do VivaBem, em São Paulo

28/07/2020 16h19

Em busca de encontrar soluções para a resistência aos antibióticos comumente gerada durante tratamento de infecções, cientistas da School of Life Sciences at the University of Warwick estudaram os efeitos de antimicrobianos naturais usados há milhares de anos e os apontam como candidatos para preencher essa lacuna.

As bactérias podem viver de duas maneiras: como células planctônicas individuais ou em um biofilme multicelular. Esse biofilme ajuda a protegê-las dos antibióticos, tornando-as muito mais difíceis de tratar.

Como o estudo foi feito

Com base em pesquisas anteriores da Universidade de Nottingham sobre o uso de misturas naturais usadas por povos antigos, os estudiosos reconstruíram um "remédio medieval" feito com cebola, alho, vinho e sais biliares e mostrou que possui atividade antibacteriana promissora.

A equipe também mostrou que a mistura causava baixos níveis de danos às células humanas.

Eles descobriram que a droga natural é eficaz contra uma variedade de patógenos, como:

1. Acinetobacter baumani - comumente associado a feridas infectadas
2. Stenotrophomonas maltophilia - comumente associado a infecções respiratórias em humanos
3. Staphylococcus aureus - uma causa comum de infecções de pele, incluindo abscessos, infecções respiratórias, como sinusite e intoxicação alimentar.
4. Staphylococcus epidermidis - uma causa comum de infecções que envolvem dispositivos estranhos internos, como cateter, infecções de feridas cirúrgicas e bacteremia em pacientes imunocomprometidos.
5. Streptococcus pyogenes - causa inúmeras infecções em humanos, incluindo faringite, amigdalite, escarlatina, celulite, febre reumática e glomerulonefrite pós-estreptocócica.

O uso de alho, que contém alicina, pode explicar a atividade contra culturas planctônicas; no entanto, o alho sozinho não tem atividade contra os biofilmes que protegem, e, portanto, a atividade anti-biofilme não pode ser atribuída a um único ingrediente e requer a combinação de todos os ingredientes para obter o resultado completo.

"Mostramos que um remédio medieval feito de cebola, alho, vinho e bile pode matar uma série de bactérias problemáticas cultivadas planctonicamente e como biofilmes. A mistura não causou muitos danos às células humanas no laboratório ou aos ratos e poderíamos potencialmente desenvolver um tratamento antibacteriano seguro e eficaz a partir do remédio", afirmou Freya Harrison, uma das principais autoras do estudo.