53% dos brasileiros não sabem que glaucoma causa cegueira irreversível
Uma pesquisa realizada pelo Ibope mostrou que 53% dos entrevistados não sabem que o glaucoma pode causar cegueira irreversível. O levantamento mostrou ainda que 41% das pessoas não sabem o que é a doença. O trabalho é inédito e foi divulgado pela SBG (Sociedade Brasileira de Glaucoma) e pela Upjohn, divisão da farmacêutica Pfizer.
Intitulado como "Um olhar para o glaucoma no Brasil", o estudo ouviu cerca de 2.700 internautas brasileiros, em diferentes regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Pernambuco.
Um dos pontos levantados sobre o problema foi a desinformação por parte dos brasileiros em relação à doença. Os participantes foram questionados sobre quantas vezes iam ao oftalmologista: 10% dos entrevistados disseram que nunca foram, e 25% deles afirmaram que vão raramente, apenas quando sentem algum incômodo nos olhos.
O mais impressionante é que o público mais velho, que tem 55 anos anos ou mais e que deveria se preocupar em fazer visitas periódicas ao oftalmologista, não tem o hábito de visitar o profissional. Além disso, do total da amostra, 30% acreditam que deva procurar o profissional somente depois que começa a usar óculos e 23% após perceberem alguma perda de visão.
A desinformação diante de um problema tão sério preocupa os médicos. Estima-se que entre 2 a 3% da população brasileira acima de 40 anos possam ter a doença, o que representa cerca de 1,5 milhão de pessoas. Além de existir a maior chance de desenvolvimento em pessoas com casos na família.
De acordo com estatísticas da OMS (Organização Mundial da Saúde), o glaucoma é a segunda causa de cegueira no mundo, ficando atrás apenas da catarata. Contudo, representa um desafio maior para a saúde pública do que a catarata, porque a cegueira causada pelo glaucoma é irreversível.
O que é glaucoma?
O glaucoma é como a hipertensão. Ao todo, existem quatro tipos de glaucoma: o congênito, no qual a malformação é intrauterina; o secundário, causado por algum trauma no olho; o agudo ou de ângulo fechado, mais raro, é quando a pessoa tem um caminho mais estreito para a drenagem do líquido que tem dentro do olho (e consequentemente a pressão intraocular é aumentada); e o crônico simples, chamado de ângulo aberto, que é o tipo mais comum de todos e acontece em 80% dos casos da doença.
O glaucoma crônico acomete geralmente pessoas acima dos 40 anos e vai piorando conforme o envelhecimento. A doença ocorre porque a pressão do olho está alta, mas não é só isso. Ela também pode ser causada por outro motivos, como no caso do glaucoma congênito ou do secundário.
De todo modo, nos quatro tipos de glaucoma, o nervo que liga o olho ao cérebro encontra-se danificado. No caso do glaucoma de ângulo aberto, além de a pessoa poder apresentar a pressão intraocular aumentada, na fase intermediária da doença, ela perde a visão na periferia do olho, ou seja, nos cantos, e no grau mais avançado passa a não enxergar mais no campo visual da frente. Na fase final, a cegueira é completa e irreversível.
Tem tratamento?
O tratamento pode fazer com que a doença seja controlada e avance mais lentamente, mas não há cura.
Vale lembrar que a automedicação também deve ser descartada. Na pesquisa, 28% discordam ou não sabem sobre a necessidade de consulta médica para utilização de colírios.
A Anvisa alerta que os colírios corticosteroides devem ser vendidos sob prescrição médica, de forma a evitar o seu uso indiscriminado e incorreto devido aos riscos à visão associados ao uso inadequado dessas substâncias.
*Com informações de reportagem publicada em 03/04/2018.
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