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Covid-19: Contaminação em trens aumenta com proximidade e tempo, diz estudo

Metrô de São Paulo teve aglomerações essa semana nos vagões. Proximidade aumenta risco de contágio - BRUNO ROCHA/ESTADÃO CONTEÚDO
Metrô de São Paulo teve aglomerações essa semana nos vagões. Proximidade aumenta risco de contágio Imagem: BRUNO ROCHA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do VivaBem, em São Paulo

31/07/2020 16h00

Um estudo inédito do tipo mostrou que a contaminação pelo novo coronavírus em passageiros de trens tem relação direta com a proximidade que eles mantêm entre si e o tempo que permanecem nos vagões. Publicada anteontem no jornal científico da Universidade de Oxford, da Inglaterra, a pesquisa concluiu que o risco de contágio para pessoas sentadas próximas aumenta 1,5% por hora que elas ficam a mais no transporte coletivo.

O estudo foi conduzido por cientistas da Universidade de Southampton, também na Inglaterra, com a ajuda da análise de dados de profissionais da plataforma WorldPop e a parceria de pesquisadores chineses. O grupo utilizou dados de passageiros do sistema de trem-bala chinês, coletados entre dezembro de 2019 e março deste ano.

A pesquisa usou dados de passageiros do transporte público de alta velocidade que foram diagnosticados com a covid-19. Além disso, analisou pessoas próximas a esses passageiros que também desenvolveram a doença causada pelo coronavírus num prazo de duas semanas. Ao todo, foram considerados 2.334 usuários dos trens e 72.093 pessoas próximas.

A amostragem, que considerou apenas passageiros sentados, mostrou que para pessoas sentadas a três fileiras e cinco colunas de distância, a chance de contaminação variou de zero a 10,3%. No entanto, o dado mais significativo é de que para pessoas sentadas lado a lado o risco é de 3,5%, enquanto para a mesma fileira cai para 1,5%.

Quanto ao tempo de permanência nos vagões, os cientistas criaram um "índice de ataque" para classificar o risco de contágio. Para cada hora que uma pessoa viaja próxima a um passageiro contaminado, o índice aumenta em 0,15%, chegando a um crescimento de 1,3% por hora quando os passageiros estão lado a lado.

"Nosso estudo mostra que, embora exista um risco maior de transmissão nos trens, a localização do assento de uma pessoa e o tempo de viagem em relação a uma pessoa contaminada podem fazer uma grande diferença quanto à sua transmissão", disse Shengjie Lai, líder do estudo.

"Os resultados sugerem que durante a epidemia é importante reduzir a densidade de passageiros e promover medidas de higiene pessoal, o uso de máscaras faciais e, se possível, realizar verificações de temperatura antes do embarque", concluiu o cientista.