Infecção na vagina tem relação direta com micróbios do pênis, diz estudo
A vaginose bacteriana, uma infecção muito comum entre as mulheres, pode ter relação direta com micróbios do pênis do seu parceiro sexual. É o que aponta um estudo publicado hoje no jornal científico suíço Fronteiras em Microbiologia Celular e Infecção. O resultado da pesquisa permite melhorar o tratamento da infecção e incluir também os homens que ajudam a causar a enfermidade.
A evolução do tratamento é importante no caso da vaginose bacteriana, popularmente conhecida como VB, porque a infecção chega a afetar 20% das mulheres no mundo e muitas vezes o uso de antibióticos é ineficaz. Quase metade das mulheres apresenta novamente a enfermidade poucos meses depois.
"O tratamento antibiótico da VB tem sucesso limitado, com até 50% das mulheres tendo uma recorrência em seis meses. Então precisamos de abordagens mais eficazes para o tratamento", afirmou a epidemiologista Supriya Mehta, que trabalha na Universidade de Illinois, em Chicago, nos Estados Unidos, e é uma das líderes do estudo.
A pesquisa acompanhou 168 casais quenianos heterossexuais durante um ano. No início do estudo, nenhuma mulher apresentava a VB. Ao final da amostragem, mais de 31% delas tinham desenvolvido a infecção. Das 52 mulheres que apresentaram a vaginose, 36 tiveram por uma vez, 13 em dois episódios e três mulheres chegaram a ter três ocorrências da infecção.
Apesar dos micróbios presentes nos pênis dos homens serem diferentes entre si, foi possível observar a relação direta de correlação com as infeções nas mulheres. Após uma análise posterior, foram identificados 10 tipos de bactérias penianas que previam com precisão a futura ocorrência da BV em suas parceiras.
"O tratamento com parceiros sexuais masculinos pode ser uma nova estratégia", disse Mehta. "Eu gostaria que médicos, pesquisadores e o público incluíssem parceiros sexuais masculinos em seus esforços para melhorar a saúde reprodutiva das mulheres", completou a epidemiologista.
Mehta se refere aos efeitos da VB, que pode dobrar o risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis e afeta mulheres em idade reprodutiva.
A infecção, que tem como sintoma mais comum o corrimento, é um desequilíbrio na flora vaginal, que diminuiu a quantidade de bactérias consideradas boas. No entanto, nem sempre a infecção apresenta sintomas claros e pode se tonar um problema para a capacidade reprodutiva feminina.
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