Estudo da USP confirma caso de reinfecção por coronavírus em apenas 50 dias
Um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP), que pertence à USP (Universidade de São Paulo), concluiu que houve um caso de reinfecção por coronavírus de um paciente num intervalo de apenas 50 dias, tempo entre o primeiro e o segundo diagnóstico positivo para a covid-19. A análise permite confirmar a condição rara, que até agora só tinha sido relatada em um caso parecido nos Estados Unidos.
A paciente, analisada por pesquisadores do Departamento de Medicina Social da faculdade, é uma técnica de enfermagem de 24 anos. A mulher tinha um histórico de cefaleia e sobrepeso, mas não apresentava comorbidades crônicas relacionadas à covid-19. Ela contraiu o coronavírus pela primeira vez no exercício da profissão.
No dia 4 de maio, a paciente teve contato com um colega de trabalho com covid-19. O primeiro diagnóstico positivo veio nove dias depois e a técnica de enfermagem se recuperou bem da doença, com o fim dos sintomas em dez dias. Foram somente 38 dias assintomática até a segunda infecção.
Em 27 de junho, os sintomas da covid-19 voltaram e ela teve um novo diagnóstico positivo para a doença em 2 de julho, 50 dias após o primeiro teste que confirmou a contaminação. Desta vez, porém, a infecção não evoluiu tão bem quanto na primeira oportunidade.
Além de ter mais dois familiares contaminados, a técnica de enfermagem teve sintomas mais fortes durante 12 dias. No entanto, indícios mais leves da doença como cefaleia permaneciam até o momento do início do estudo, totalizando 33 dias após o início dos sintomas.
Atenção das autoridades
Para os pesquisadores, o caso requer atenção do poder público. "Essa constatação traz implicações clínicas e epidemiológicas que precisam ser analisadas com cuidado pelas autoridades em saúde", afirma o texto do estudo.
Segundo a publicação, apenas um caso, relatado em Boston, tem grande semelhança com o da técnica de enfermagem, já que casos de reinfecções podem ser facilmente confundidos com "falsos positivos".
"O presente relato confirma que, ainda que extremamente rara, a reinfecção por Sars-Cov-2 (novo coronavírus) e o adoecimento por covid-19 em mais de uma ocasião são eventos possíveis", conclui o estudo.
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