Crianças que presenciam violência têm mais chance de desenvolver distúrbio
Durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil foram registradas mais de 120 mil denúncias de violações de direitos humanos, de acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Desse número, aproximadamente seis mil representam ataques contra crianças e adolescentes de zero a 17 anos.
Ao sofrerem com essa violência, muitos desses jovens podem desenvolver o TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), que é um distúrbio de ansiedade caracterizado por sintomas físicos e mentais. A comunicação do fato às autoridades e uma rápida ação de assistentes sociais e policiais são fatores importantes para a reduzir as chances do desenvolvimento do distúrbio a progressão do tratamento. É o que mostra um estudo conduzido por pesquisadores norte-americanos, da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey.
Para entender esse benefício os estudiosos contaram com a participação de 352 crianças do bairro do Harlem, em Nova York. A partir de questionários, descobriram que jovens que sofreram algum tipo de violência e receberam um atendimento mais veloz, tinham três vezes mais chance de serem examinados por conta de um TEPT, facilitando assim o diagnóstico e dando agilidade ao tratamento. Faziam parte do formulário questões a respeito de pesadelos constantes, fobia social e autodepreciação.
"Uma ação rápida pode confortar e amparar a criança e se transforma em um suporte para ela", conta a Camilla Baratto, psicóloga do Hospital Municipal da Vila Santa Catarina - Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho, na zona sul de São Paulo. O estudo observou que quase 75% das crianças que fizeram o exame para identificar o transtorno, apresentaram algum sintoma característico da TEPT como medo de sair e pesadelos.
Outra descoberta feita pela equipe foi que jovens que presenciaram crimes eram mais propensos a desenvolver o TEPT. Além disso, o transtorno é três vezes mais frequente em crianças negras do que em brancas ou latinas. Para os pesquisadores isso ocorre devido à exposição a traumas estruturais e raciais. "Esse acolhimento é fundamental. Quem vai atender o caso precisa se propor a escutar a criança", complementa Baratto.
Como procurar por ajuda no caso de violência?
Caso você seja vítima ou presencie agressões verbais, físicas, ameaça ou constrangimentos o modo mais rápido de resposta é pelo Disque 100 - central de denúncias contra violações de direitos humanos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Após presenciar ou ser vítima, é importante estar atento a sintomas como pesadelos constantes com a cena, flashbacks (momento em que você lembra do ocorrido), vontade de se isolar socialmente, distúrbios do sono, taquicardia entre outros. Em caso de aparecimento de algum desses indícios é recomendado procurar uma terapia.
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