Entenda o quadro alérgico que acomete o presidente do STF, Dias Toffoli
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli foi internado ontem (9) em um hospital de Brasília (DF) com uma pneumonite alérgica. Segundo a assessoria de imprensa, o ministro testou negativo para covid-19. "Embora internado, passa bem e, a princípio, não ficará de licença médica e continuará despachando".
O quadro que atinge Toffoli, na verdade, chama-se pneumonite por hipersensibilidade, que não deixa de ser um tipo de pneumonite alérgica, popularmente falando.
Trata-se de uma doença pulmonar caracterizada pela exposição ambiental em geral, que faz com que o pulmão inflame, como se fosse uma pneumonia causada por bactéria ou vírus. Mas, no caso da pneumonite por hipersensibilidade, a inflamação ocorre por uma reação alérgica do pulmão ao ambiente.
"É um quadro específico que está relacionado à inalação de agentes, principalmente mofo e proteínas de aves. Então quem tem travesseiro de penas, ou alguma outra ave, pode ter, por exemplo, mas não é que você tem uma micose ou um fungo no pulmão, é que a proteína do fungo e a proteína do pássaro dão esse quadro inflamatório", explica André Nathan, médico pneumologista do Hospital Sírio-Libanês (SP).
Segundo o especialista, a poeira orgânica ou substância química também podem desencadear pneumonite de hipersensibilidade. Após a inflamação, o alvéolo enche-se de células de defesa e o paciente tem um quadro tomográfico (um infiltrado pulmonar). Em seguida, a oxigenação pode cair, causando falta de ar e, em alguns casos, até febre. Mas, em geral, a pneumonite não é uma doença grave.
Geralmente pessoas que moram ou trabalham em fazendas estão mais propensas a ter esse tipo de quadro inflamatório. Isso devido aos silos (locais onde os grãos ficam armazenados) que podem ter muito mofo, por exemplo. Nesse caso a dica é sempre usar máscara de proteção como forma de prevenção.
A doença pode se manifestar como aguda ou crônica, isso vai depender de como ela for tratada inicialmente. Veja como são as duas formas de manifestações:
- Pneumonite por hipersensibilidade aguda: é um quadro que simula uma pneumonia. Então pode dar tosse, falta de ar, febre, calafrios. Esse tipo não é grave, e quando o paciente para de se expor aos ambientes hostis, ele tende a melhorar. Mas, às vezes, é necessário tomar anti-inflamatórios;
- Pneumonite de hipersensibilidade crônica: é uma fibrose (cicatriz) pulmonar, um quadro mais grave. Isso acontece quando o paciente mantém a exposição e a inflamação no pulmão e, por isso há o agravamento. Aqui os sintomas são os mesmos da fase aguda, com acréscimo de fadiga e até insuficiência respiratória. Geralmente para chegar nesse estágio da doença são necessários meses ou até mesmo anos sem nenhum tipo de tratamento.
De acordo com Nathan, não tem segredo para a melhora do quadro, mas o essencial é parar de se expor a ambientes que atinjam o pulmão, como muita poeira, mofo ou produtos químicos. A recuperação completa pode demorar algumas semanas.
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