Pesquisadora da vacina de Oxford diz que duplicação não afetará produção
A coordenadora dos estudos da candidata à vacina contra o novo coronavírus da Universidade de Oxford no Brasil, Lily Yin Weckx, explicou que a aplicação de uma segunda dose não influenciará na produção do medicamento no país.
A aplicação em voluntários da segunda dose da vacina de Oxford foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ontem. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e explica que todas as pessoas que já receberam a primeira dose do medicamento devem tomar o reforço da imunização entre quatro e seis semanas depois do início do tratamento.
"Não muda em nada a produção. Você só aumenta a produção da vacina, isso não é problema. Eu creio que a transferência de tecnologia se mantém inalterada e nós vamos fazer uma vacina de forma a atender toda a população", afirmou Yin Weckx em entrevista à CNN Brasil.
Reforçando que a produção deverá ser dobrada, ela continuou: "Ao mesmo tempo que os testes estão sendo desenvolvidos, também a produção da vacina está sendo cada vez mais melhorada. Hoje você tem vacinas que podem render mais. Eu acho que a produção vai acompanhar a necessidade das doses, a tendência é essa e eu acho que é nesse caminho que nós vamos."
Mudança de protocolo
A mudança no protocolo da Anvisa aconteceu depois da divulgação de um estudo feito no Reino Unido, que mostra que os títulos de anticorpos ficaram ainda mais elevados após a aplicação de um reforço.
"Em algumas vacinas, você tem uma reação maior na primeira dose e menor na segunda, e é o que ocorre com essa vacina especificamente. O que se observou é: se eu tenho reações que normalmente ocorrem com as vacinas, como dor local, febre etc., todas essas reações diminuem muito com a segunda dose, e isso também é um dado favorável para a gente aplicar duas doses em larga escala", explicou Yin Weckx.
Além disso, a coordenadora dos estudos também informou que estão sendo feitas pesquisas em duas faixas etárias: de 18 a 55 anos e 56 a 69 anos. Com isso, notou-se que a vacina também é segura em pessoas de idade mais avançada.
"Nos permitiu transpor isso no estudo do Brasil, que vai até 69 anos. O que é muito bom, ele vai ser mais semelhante ao uso que poderá ser feito no Brasil. Se a vacina se mostrar eficaz, muito provavelmente um dos grupos a ser vacinado será o de idosos. Isso eu acho que foi um avanço na pesquisa da vacina da Universidade de Oxford", disse.
Idealmente, segundo a doutora, a aplicação da primeira e da segunda dose da vacina deve acontecer com um intervalo de um mês.
Vacina russa
Batizada como "Sputnik 5", a vacina contra o novo coronavírus desenvolvida e registrada pela Rússia hoje ainda é "desconhecida", de acordo com Lily Yin Weckx.
"Nós não temos notícias da vacina russa, então é difícil. Será que passou por todas as fases? Nós não sabemos. Às vezes, numa emergência, será que eles estão pulando esse estudo de eficácia, que é o que estamos fazendo no Brasil? Parece que essa fase não foi feita. Talvez tenha dados de segurança, mas não tem dados de eficácia", concluiu a pesquisadora.
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