Astrid Fontenelle: "Só com uma conversa, não sinto falta física do abraço"
No Conexão VivaBem desta sexta-feira (14), Astrid Fontenelle contou que o acolhimento dos amigos supre a falta de contato físico durante a pandemia. "Conversar com o outro, às vezes só com o olhar do acolhimento, você não sente falta física do abraço, porque você está sendo realmente acolhida, isso te preenche", disse.
Ela contou que décima temporada do "Chegadas e Partidas", programa que apresenta, foi muito bem recebido durante esse período de isolamento. "As pessoas disseram que era bom ver alguém que prestava atenção no que o outro estava falando, que fica em silêncio para o outro, que ouve. Essas pessoas que veem esse programa poderiam ser multiplicadoras dessa atitude".
Conexão Viva Bem
Astrid ainda lembrou de uma mulher que escreveu para ela nas redes sociais e contou que a apresentadora era sua única companhia. "Eu fico até emocionada, porque é de uma solidão isso, de você estar sozinho dentro de casa. Ela tinha perdido o marido na pandemia e só sobrou a minha companhia. Ela esperava o meu aparecimento toda sexta-feira, ao vivo, no meu canal, para ter com quem conversar. Então, eu tenho 10 amigos, mas mais uma vez faço parte de uma linha de privilégio absurdo. Porque tem muita gente que está atravessando isso absolutamente só".
A antropóloga e escritora Mirian Goldenberg salientou que a solidão não necessariamente implica em algo físico. "Tem mulheres que não têm cinco minutos para elas, para cuidar delas, porque cuidam dos pais, avós, amigos, filhos, netos, maridos, da casa. E elas não têm ninguém para cuidar delas. Isso já existia antes da pandemia", disse.
Mirian afirmou que o tempo é o principal capital, é o que se pode dar de mais valioso ao outro. "Você escutar com interesse verdadeiro, com atenção, aquela pessoa faz ela se sentir tão útil, tão importante, tão significativa para a sua vida. Ela sabe que você precisa dela. E é disso que ela precisa para viver".
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