Médicos americanos pedem mais ultrassons de tireoide do que o recomendado
Doenças de tireoide são problemas que aparecem bastante no imaginário popular: é comum ver pessoas atribuírem um emagrecimento exagerado ou a dificuldade extrema de perder peso a um problema na glândula. No entanto, nem sempre isso se confirma.
O problema é quando o cuidado excessivo com a tireoide leva ao aumento de diagnósticos de um problema de saúde mais grave, como o câncer de tireoide. Um estudo publicado na revista científica JAMA Surgery mostrou que um terço dos médicos entrevistados pediam ultrassom de tireoide —exame comum para diagnosticar esse problemas — em situações não indicadas nas diretrizes de cuidados clínicos.
Como o estudo foi feito
- Os cientistas entrevistaram 610 médicos, incluindo clínicos gerais, endocrinologistas, otorrinolaringologistas e cirurgiões gerais;
- Quase 70% relatou estar cientes das diretrizes da Associação Norte-Americana de Tireoide de 2015;
- Por mais que a maioria dos entrevistados tenham reportado pedir ultrassom de tireoide em situações indicadas por essas diretrizes, como presença de nódulos palpáveis (98,2%), bócio grande (91,8%), nódulo visto em outro exame de imagem (88,1%) e rouquidão de início recente (65,8%), uma quantidade substancial de médicos reportaram também pedir o exame quando o paciente pedia (32,7%), por resultados anormais em testes da função da tireoide (28%) ou para teste positivo para anticorpo de tireoide (22,5%), que são situações não apoiadas nas diretrizes oficiais.
Por que isso é importante?
O uso rotineiro de ultrassom para detectar nódulos cancerígenos da tireoide levou a um aumento significativo nos casos de câncer de tireoide nos últimos anos, embora muitos sejam de baixo risco e provavelmente não causem danos graves.
"Podemos mudar o comportamento e ajudar os médicos a usar o ultrassom da tireoide de forma mais adequada, o que reduzirá a incidência de câncer de tireoide de baixo risco", disse a autora sênior do estudo, Megan R. Haymart, professora de medicina interna na Michigan Medicine em entrevista ao site da Universidade de Michigan.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.