Tomar aspirina diariamente pode estimular câncer, sugere estudo
Nos últimos anos têm-se discutido e pesquisado os efeitos da aspirina para proteger idosos de demência, declínio cognitivo e câncer. Mas um novo estudo publicado no Journal of the National Cancer Institute em 11 de agosto sugere que idosos que tomam uma dose baixa de aspirina todos os dias têm maior risco de desenvolver um câncer, acelerar a doença e até morrer por causa dela.
Como foi feito o estudo?
- 19.114 participantes australianos e americanos com mais de 65 anos, sem doença cardiovascular, demência ou deficiência física foram acompanhados por uma média de 4,7 anos;
- Desses, alguns receberam placebo e outros aspirina, em baixa dose diária de 100 mg;
- Os resultados mostraram que houve 981 eventos de câncer nos grupos de aspirina e 952 de placebo;
Embora não tenha havido diferença estatisticamente, a aspirina foi associada a um maior risco de câncer e morte pela doença.
"As mortes foram particularmente altas entre aqueles que receberam aspirina e foram diagnosticados com cânceres sólidos avançados, sugerindo um possível efeito adverso da aspirina no crescimento dos cânceres, uma vez que eles já se desenvolveram em adultos mais velhos", disse o autor sênior do estudo, Andrew T. Chan, do Massachusetts General Hospital e Harvard Medical School, nos EUA.
Isso significa que, de acordo com o estudo, a aspirina parece acelerar a progressão do câncer, portanto, deve ser usada com bastante cautela em idosos, especialmente os que já tiverem câncer.
Efeitos da aspirina já vinham sendo analisados
Anteriormente, outro estudo, publicado no Neurology Journals, em março desse ano, mostrou que tomar aspirina não protegia do declínio cognitivo e demência. Neste foram avaliados, inclusive, os mesmos participantes do estudo mais recente, isto é, 19.114 idosos a partir dos 65 anos de idade, sem doenças cardiovasculares, deficiência física e demência.
Os participantes ingeriram entre 1-100 mg de aspirina ou placebo diariamente. A pesquisa durou mais de 4 anos. O resultado mostrou que não houve evidência de que a aspirina foi eficaz na redução do risco de demência ou declínio cognitivo.
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