Transplante fecal curou homem de síndrome que faz o corpo produzir álcool
Em um procedimento inédito, médicos belgas usaram um transplante fecal para tratar uma condição rara que faz com que o corpo produza álcool. O caso foi relatado na revista científica Annals of Internal Medicine.
O distúrbio, conhecido como "auto-brewery syndrome", em português, algo como "síndrome da auto fermentação", ocorre quando o fermento se acumula no intestino e converte o açúcar dos alimentos em álcool. O resultado é muito parecido com estar bêbado: picos de álcool no sangue, causando sintomas como tonturas, desorientação, problemas de coordenação e alterações de humor.
O paciente, um homem de 47 anos, já havia experimentado os conhecidos tratamentos conservadores para o quadro: dieta pobre em carboidratos e medicação antifúngica. Mesmo assim, seus níveis de álcool no sangue permaneceram altos e os sintomas persistiram.
Como é feito o transplante fecal
O procedimento envolve a transferência de fezes de um doador saudável — no caso, a filha do homem— para o trato gastrointestinal do paciente. A ideia é mudar a composição bacteriana do intestino e conseguir um equilíbrio mais saudável.
Os médicos conseguiram transferir a microbiota fecal, a bactéria presente nas fezes, para o intestino delgado do paciente. Quase três anos depois, ele continua sem sintomas, de acordo com o estudo.
Apesar do sucesso no caso, de acordo com os pesquisadores, ainda é difícil prever se os transplantes fecais se tornarão uma opção para mais pacientes com a síndrome, já que ela é rara e a comunidade científica ainda não tem pleno conhecimento de seus efeitos.
Além disso, embora o paciente envolvido no estudo não tenha sofrido efeitos colaterais, os transplantes fecais não são isentos de riscos: a FDA (Food and Drug Administration), agência agência reguladora de medicamentos dos EUA, advertiu recentemente que eles podem transmitir infecções graves.
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