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Vacina italiana contra coronavírus começa fase de testes em humanos

A vacina foi desenvolvida pela empresa de biotecnologia Reithera e utiliza um adenovírus de chimpanzés - Istock
A vacina foi desenvolvida pela empresa de biotecnologia Reithera e utiliza um adenovírus de chimpanzés Imagem: Istock

Da Ansa

24/08/2020 08h48

ROMA, 24 AGO (ANSA) - Começou hoje, em Roma, o primeiro ensaio clínico em humanos de uma vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2 100% italiana.

O estudo é conduzido pelo Instituto Lazzaro Spallanzani, hospital de Roma que é a maior referência em doenças infecciosas na Itália, e, nessa etapa inicial, avaliará a segurança da candidata Grad-CoV2.

A vacina foi desenvolvida pela empresa de biotecnologia Reithera e utiliza um adenovírus de chimpanzés para apresentar ao organismo a proteína spike, que o Sars-CoV-2 usa para invadir as células humanas.

"Estou emocionada e orgulhosa. Espero poder ser útil a nosso povo", disse a primeira voluntária a receber a dose da imunização.

Na primeira fase dos estudos clínicos, a vacina será aplicada em 90 pessoas, sendo metade entre 18 e 55 anos de idade e a outra metade entre 65 e 85 anos. Cada grupo será subdividido em três, que receberão doses diferentes do medicamento.

O projeto obteve 8 milhões de euros (cerca de R$ 53 milhões) em financiamentos públicos, sendo 5 milhões do governo regional de Lazio e 3 milhões do Ministério da Universidade e da Pesquisa.

Em entrevista coletiva após o início dos testes em humanos, o governador do Lazio, Nicola Zingaretti, também líder do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, garantiu que a vacina será gratuita se for comprovada sua eficácia.

"Nós acreditamos muito na vacina como bem comum. A vacina italiana será pública e estará à disposição de todos aqueles que precisarem", declarou. O PD integra a coalizão do primeiro-ministro Giuseppe Conte.

Se a vacina da Reithera se mostrar segura, o estudo clínico partirá para a fase 2, quando se avalia sua capacidade de estimular a produção de anticorpos no organismo.

Já a terceira e última etapa, que é maior e mais longa, avalia se a candidata é eficaz para proteger seres humanos contra o novo coronavírus. É nessa fase que está a vacina de Oxford, tida como a mais promissora contra o Sars-CoV-2.

Segundo o diretor sanitário do Lazzaro Spallanzani, Francesco Vaia, as duas próximas fases devem acontecer "em um país da América Latina onde o vírus está crescendo". "Se tudo ocorrer como programado, nosso desejo é que a produção comece na primavera [no Hemisfério Norte]", acrescentou.

Outra candidata "made in Italy", esta desenvolvida pela Takis Biotech, também deve começar os estudos clínicos em breve. Assim como a Grad-CoV2, a candidata usa adenovírus de chimpanzés para levar a proteína spike ao organismo.