Luiza Possi: "Agora que estou com um corpo padrão, ninguém me enche o saco"
No Conexão VivaBem desta quarta-feira (26), Luiza Possi disse como a imprensa e até amigos e familiares a pressionavam constantemente para que ela tivesse certo tipo de corpo.
"Soube que estava gorda porque saiu na imprensa 'Luiza Possi, gorda, passeia no Leblon'. Ai começou a cair a ficha, comecei a me perguntar se eu estava gorda", disse. Depois de emagrecer 20 kg em 2014, ela se sentiu novamente atacada. "Saiu 'Luiza Possi, que está muito abaixo do peso, impressiona pela magreza'. E não só na imprensa, família e amigos também. Se você não está no ponto exato, está sempre errado. Ou está magra demais ou engordou demais, ninguém deixa você viver sua vida. É uma coisa que eu já senti, sinto muito, na verdade", disse.
A cantora contou que hoje, como está com um corpo considerado normal, o julgamento desapareceu. "Hoje eu acho que eu estou em um padrão que as pessoas julgam normal, então ninguém está me enchendo o saco".
Sociedade gordofóbica
De acordo com a nutricionista Sophie Deram, há uma nítida insatisfação corporal entre as mulheres: "Mais de 90% delas estão insatisfeitas com o corpo". A explicação para isso seria uma sociedade extremamente gordofóbica. O padrão cada vez mais magro faz com que a população confunda saúde, magreza e beleza. E isso também está atingindo os homens, mas com um padrão mais definido, com musculatura aparente. "No ambulatório de transtorno alimentar a gente tem um grupo de homens e está aumentando. Antes, um em cada 10 paciente era homem. Hoje, são quatro a cada 10".
Para Deram, a visão de que a pessoa acima do peso não se cuida, está com preguiça e tem gula é catastrófica. "Quando a gente estuda, vê que essa questão da obesidade é muito mais complexa, tem muitos fatores. A força de vontade não é uma questão de decisão", disse.
Segundo ela, não é "só fechar a boca e malhar". "Um dos fatores, provavelmente, dessa epidemia da obesidade é justamente fazer dieta para tentar emagrecer. A pessoa tenta emagrecer e acaba engordando mais e descontrolando todo o centro da fome e da saciedade", disse. E a pressão que o indivíduo sofre é de todos os lados. "Além de um grande estigma do público, há também dos profissionais de saúde, infelizmente".
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