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Rodelas de pepinos nos olhos desincham e amenizam olheiras?

Renata Turbiani

Colaboração para VivaBem

26/08/2020 04h00

Certamente você já se deparou com a seguinte cena enquanto assistia a um filme ou novela ou folheava as páginas de uma revista: um personagem ou modelo relaxando enquanto cuida dos olhos com uma fatia de pepino sobre cada um deles. O truque, que já virou um clássico, promete desinchar, amenizar olheiras e renovar a pele. Mas, na vida real, será que funciona?

A resposta é sim, só que é preciso deixar bem claro que a tática não faz nenhum milagre, ou seja, não melhora essas tão incômodas condições para sempre —os efeitos são apenas passageiros. Além disso, algumas pessoas têm melhores resultados do que outras.

Propriedades do pepino

Com 96% de sua composição sendo água, o pepino, quando colocado gelado nos olhos, ajuda na hidratação da pele e promove a vasoconstrição (diminuição dos vasos sanguíneos) no local —que é altamente vascularizado—, tendo como consequência a redução de edemas (inchaços) e o clareamento.

Isso também pode acontecer porque o vegetal é rico em antioxidantes como flavonoides, ácido ascórbico (vitamina C) e ácido fólico, substâncias que combatem os radicais livres responsáveis por acelerar o processo de envelhecimento.

No caso da vitamina C, ela ainda estimula a produção de colágeno, proteína fundamental para a formação de vasos sanguíneos, cartilagem, músculos e ossos.

O que causa inchaço nos olhos e olheira?

A pele dos olhos é mais sensível e fina que as demais, por isso os edemas aparecem mais facilmente nessa região.

Na lista de causas, destaque para acúmulo de líquidos por conta de erros na dieta (excesso de sal, bebidas alcoólicas e comidas industrializadas e enlatadas), baixa ingestão de água, sedentarismo, estresse e noites mal dormidas.

Outro fator comum é o envelhecimento natural. O que acontece é que, com a idade, há perda de colágeno e reabsorção óssea na região, fazendo com que a pele e alguns ligamentos fiquem mais frouxos.

Por fim, há certas doenças que também geram inchaços (hiperteroidismo, hipotireoidismo, diabetes, insuficiência renal e lúpus, por exemplo), bem como alterações hormonais (menstruação e menopausa), e problemas circulatórios.

Quando se trata da olheira, as causas são praticamente as mesmas: falta de sono, cansaço, estresse, envelhecimento, flacidez, questões hormonais e comprometimento vascular, mas ainda acrescenta-se à lista fatores genéticos, hiperpigmentação (depósito de substâncias que mancham a pele), hereditariedade, anatomia dos olhos, alergias respiratórias e exposição solar.

Para cuidar dessas condições, o importante é procurar um médico dermatologista. Só ele poderá fazer uma avaliação individualizada, a fim de identificar eventuais patologias e as reais necessidades de cada pessoa. Em alguns casos, se consegue bons resultados apenas com o uso de produtos para a área dos olhos —e com truques como o do pepino gelado ou compressas frias de chá de camomila, mas, em outros, é preciso recorrer a tratamentos mais específicos, como drenagem linfática, ultrassom microfocado, radiofrequência, laser, preenchimento facial e até cirurgia.

Junto a isso, é fundamental cortar hábitos nocivos, com tabagismo e etilismo, e ter uma rotina saudável, o que inclui boa alimentação —sem exagerar no sal e nos itens industrializados—, ingestão hídrica adequada, sono reparador, prática regular de exercícios físicos e uso diário de filtro solar.

Fontes: Lidia Machado, dermatologista da Clínica Juliana Piquet, do Rio de Janeiro; Ricardo H. Kitamura, dermatologista e professor dos cursos de dermatologia, dermatologia estética e tricologia da Afya Educacional; Simone Neri, dermatologista do pronto-socorro e do ambulatório de dermatologia do Hospital Sino Brasileiro e da Clínica Simone Neri; e Sylvia Ypiranga, assessora do departamento de cosmiatria da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).