Entenda a insuficiência renal, quadro do qual Arnaldo Saccomani sofria
O produtor musical Arnaldo Saccomani, que trabalhou em discos de artistas como Ronnie Von, Mutantes, Rita Lee e Tim Maia, faleceu na madrugada desta quinta-feira (27), aos 71 anos, no interior de São Paulo.
Saccomani, que também foi jurado em programas como Ídolos e Astros, sofria de insuficiência renal e diabetes — quadro que muitas vezes prejudica os rins, embora não esteja claro se foi o caso do produtor.
O que é a insuficiência renal?
A insuficiência renal é caracterizada pela falta de capacidade dos rins em filtrar devidamente os resíduos metabólicos (como sais) do sangue. Quando isso acontece, esses resíduos podem chegar a níveis excessivos, causando um desequilíbrio prejudicial ao funcionamento do organismo como um todo.
O quadro tem muitas causas possíveis, e enquanto algumas levam a uma rápida diminuição da função renal (causando a chamada de lesão renal aguda), outras causam esse declínio de forma gradual (provocando uma doença renal crônica). A falta de filtração no sangue pode causar anemia e deficiência de vitamina D, entre outros problemas.
Principais sintomas:
- Diminuição da produção de urina, embora, ocasionalmente, a urina permaneça normal
- Retenção de líquidos, causando inchaço nas pernas, tornozelos ou pés
- Sonolência
- Falta de fome
- Falta de ar
- Fadiga
- Confusão
- Náusea e vômitos
- Convulsões ou coma, em casos graves
- Dor ou pressão no peito
Quais são os fatores de risco das doenças renais crônicas?
- Pessoas com diabetes (quer seja do tipo 1 ou do tipo 2)
- Pessoa hipertensa, definida como valores de pressão arterial acima de 140/90 mmHg em duas medidas com um intervalo de 1 a 2 semanas
- Idosos
- Pessoas obesas (IMC > 30 Kg/m²)
- Histórico de doença do aparelho circulatório (doença coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insuficiência cardíaca)
- Histórico de Doença Renal Crônica na família
- Tabagismo
- Uso de agentes nefrotóxicos, principalmente medicações que necessitam de ajustes em pacientes com alteração da função renal
Como é feito o diagnóstico?
O quadro é comumente diagnosticado durante internações hospitalares por outras causas. Mas, se o indivíduo não está no hospital mas apresenta sintomas, todos os sinais devem ser relatados ao médico, assim como histórico de saúde e uso de medicações.
Entre os exames que fazem o diagnóstico de insuficiência renal aguda estão:
- Medições da produção de urina
- Exames de urina
- Exames de sangue
- Exames de imagem, como ultrassom e tomografia computadorizada
- Remoção de uma amostra de tecido de rim para o teste (biópsia)
Tratamento
O tipo de tratamento é escolhido de acordo com a causa da insuficiência renal para cada paciente. No caso de necessidade de restauração do fluxo de sangue para os rins, por exemplo, retirar os medicamentos que estão causando o problema ou remover uma obstrução no trato urinário são os procedimentos possivelmente indicados.
No entanto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, existem recomendações gerais para o tratamento da insuficiência renal aguda. Confira:
Mudanças na dieta
Uma dieta rica em carboidratos e pobre em proteínas, sal e potássio é geralmente recomendada. O objetivo é reduzir a acumulação de toxinas que são normalmente eliminados pelos rins, e a mudança deve ser feita com apoio profissional.
Medicamentos
Antibióticos podem ser prescritos para tratar ou prevenir todas as infecções que podem estar causando ou agravando a insuficiência renal. Diuréticos também ajudam os rins a eliminar líquidos. Cálcio e insulina podem ser receitados para ajudar a evitar uma acumulação perigosa de potássio no sangue.
Diálise
Diálise engloba os procedimentos que substituem a função dos rins, indicado para pessoas que tem menos de 50% da função desses órgãos. Um dos tipos, mais feito, é a hemodiálise, procedimento que envolve o desvio de sangue para fora do seu corpo em uma máquina que filtra os resíduos. O sangue limpo é então devolvido ao seu corpo.
Existem também a diálise peritoneal, em que o sangue é filtrado e fluidos excedentes removidos através de um dos filtros naturais do próprio corpo, a membrana peritoneal. Essa membrana é o revestimento que circunda o peritôneo, ou cavidade abdominal, que contém seu estômago, baço, fígado e intestinos. Para que ocorra essa diálise é introduzido um cateter no abdômen do paciente.
Se os níveis de potássio são perigosamente altos, a diálise pode salvar vidas. A técnica, no entanto, não é sempre necessária. É usada se houver mudanças em seu estado mental ou se você parar de urinar. A diálise também pode ser necessária em casos de pericardite, uma inflamação do coração. A diálise também pode ajudar a eliminar resíduos de produtos de nitrogênio do corpo.
Fontes: Sociedade Brasileira de Nefrologia; Manual MSD; Ministério da Saúde
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