Dia da Esclerose Múltipla: pacientes têm maior risco de contrair covid-19
Nesse domingo (30) é comemorado Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla. A doença é autoimune, ou seja, ocorre quando o sistema imunológico da pessoa identifica células do organismo como agente estranhos e as ataca "por engano".
Conviver com a condição já é difícil em dias comuns e, durante a pandemia, pacientes tendem a sofrer ainda mais, de acordo com CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas 'Dr. João Amorim').
Por causa do isolamento social, pacientes com esclerose sofrem com grande limitação motora e alterações na musculatura possuem maior risco de contaminação por covid-19.
No entanto, de acordo com com o neurologista do CEJAM, Roger Gomes, o paciente deve dar continuidade ao tratamento mesmo se for diagnosticado com coronavírus. "Ao apresentar qualquer um dos sintomas do vírus é recomendado adotar imediatamente o isolamento domiciliar e acionar sua equipe de saúde, seja na Unidade de Saúde Básica mais próxima ou no centro de tratamento de EM. Mais importante é não suspender as medicações para a doença", diz.
Sintomas
Qualquer processo que depende de impulsos nervosos para ser realizado pode ser afetado pela doença —ou seja, praticamente tudo que nosso organismo faz.
Para muitos, a esclerose múltipla primeiro afeta a visão. Um dos olhos começa a falhar ou aparece uma mancha escura, seguida de dor. É a chamada neurite óptica.
Outro sintoma pode ser o desequilíbrio, por causa de lesões no tronco encefálico. A pessoa também pode sentir tontura persistente, cansaço intenso, falta de equilíbrio, dores faciais, dificuldade para andar ou segurar objetos —devido à perda de força nas pernas e nos braços —, fadiga, formigamentos e perda de controle da urina.
Opções de tratamento
A esclerose não tem cura, mas alguns pacientes podem conseguir a remissão da doença —ou seja, ficar anos sem apresentar sintomas do problema.
A doença é controlada com remédios, como os imunomoduladores e imunossupressores. Muitos medicamentos causam efeitos colaterais, como enjoo e mal-estar.
Outra opção é recorrer a medicamentos à base de cannabis, que já mostraram ter efeito benéfico contra a condição.
Em um estudo recente, publicado no periódico Journal of Neurology, Neurology, Neurosurgery and Psychiatry, e feito com 1615 pacientes, mostrou que 70,5% dos pacientes tiveram uma melhora nesta condição após o uso dos canabinoides.
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