Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Pacientes negros sentem menos dor quando são atendidos por médicos negros

Istock
Imagem: Istock

Do VivaBem, em São Paulo

04/09/2020 20h47

Um estudo publicado pelo periódico Pain Medicine mostrou que pacientes negros sentem menos dor quando são atendidos por médicos da mesma cor de sua pele.

De acordo com uma pesquisa feita em 2018, nos Estados Unidos, somente 5% dos médicos americanos se identificaram como afro-americanos e 5,8% como hispânicos. No Brasil, não é muito diferente. De acordo com o Conselho Federal de Medcina, não há dados que mostrem quantos médicos negros existem no país.

O trabalho científico investigou como a raça ou etnia de um médico pode afetar a experiência de dor dos pacientes. A pesquisa testou o problema dos voluntários por meio de descrições verbais e leituras de sensores de sua excitação fisiológica, medida por pulso e resposta de condutância.

Como o estudo foi feito

Para investigar a possível influência da cor do médico e relação com paciente, os pesquisadores simularam uma consulta médica. Durante a visita, uma quantidade levemente dolorosa de calor foi colocada no braço do paciente. Cada indivíduo descreveu a quantidade de dor que estava sentindo enquanto sensores presos às suas mãos rastreavam as medidas fisiológicas da dor.

Segundo uma das autoras do estudo, Elizabeth Losin, pacientes negros relataram sentir menos incômodo durante as intervenções quando eram atendidos por médicos pretos do que quando recebiam procedimentos de médicos brancos ou hispânicos.

Os resultados mostraram ainda que indivíduos que sofreram discriminação e estavam mais preocupadas em passar por esse tipo de preconceito novamente foram as mesmas pessoas que mostraram a maior redução nos níveis de dor quando eram atendidos por um médico de sua cor.

"Juntas, essas descobertas sugerem que talvez uma das razões pelas quais os pacientes negros possam ter uma resposta fisiológica reduzida à dor quando tinham médicos negros era porque eles estavam menos ansiosos com a possibilidade de serem discriminados. Sabemos que a ansiedade está intimamente ligada à dor", finalizou a autora.