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Vídeo mostra lanche de fast-food intacto após 24 anos; por que não estraga?

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Imagem: iStock

Priscila Carvalho

Do VivaBem, em São Paulo*

10/09/2020 17h04

O que será que acontece com um hambúrguer ou batata frita de redes de fast-food ao ficarem guardados por mais de 20 anos dentro de uma caixa? A resposta é nada.

E isso foi "provado" por um vídeo que viralizou nas redes sociais mês passado, onde uma garota resolveu fazer o experimento e mostrar aos internautas como um sanduíche do Mc Donalds, que foi guardado em 1996, permanece intacto. Segundo ela, o hambúrguer ficou guardado no guarda-roupa por 24 anos.

Não é a primeira vez que a empresa de fast-food é questionada por isso. Em um comunicado, emitido dois anos atrás, a rede informou que os lanches estragam, sim, mas em condições específicas.

De acordo com Keith Warriner, diretor do departamento de ciências alimentícias e controle de qualidade da Universidade de Guelph, no Canadá, os lanches permanecem intactos porque são mantidos em condições não favoráveis a bactérias.

O especialista explicou ainda que os micróbios responsáveis pela decomposição necessitam de água, nutrientes, calor e tempo para crescer. Se algum desses elementos é retirado, as bactérias não desenvolvem e não estragam a comida.

No caso desses tipo de lanches, por exemplo, a carne perde água em forma de vapor durante o preparo e o pão, ao ser tostado, também perde água. Ou seja, depois de pronto o hambúrguer fica praticamente seco.

E os conservantes?

Na resposta, o cientista não citou que a quantidade de conservantes que um alimento processado tem também altera a sua data de validade. Quanto mais, maior o prazo do alimento.

"Alimentos processados são aqueles desenvolvidos pela indústria alimentícia, em que há a adição de componentes como açúcar, sal e conservantes para melhorar o sabor, o aroma, a textura e, claro, aumentar seu prazo de validade", explica Aline Martins de Carvalho, nutricionista do Grupo de Estudos Epidemiológicos e Inovação em Alimentação e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo).

Os aditivos liberados pela Anvisa são os conservantes que retardam o crescimento de microorganismos que causam deterioração do alimento. Segundo o ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos), da Secretaria de Agricultura de São Paulo, a inclusão de conservantes nos alimentos é fundamental para a segurança alimentar, reduzindo a desperdícios e garantindo a disponibilidade do alimento. Porém, vale lembrar, que optar pelo produto in natura é sempre melhor e mais saudável.

*Com informações de matéria publicada em 19/02/2018