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Nascidos entre final dos anos 1960 e 70 são mais suscetíveis ao vírus H3N2

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

12/09/2020 14h24

O H3N2 é um tipo de vírus influenza A, que causa gripe. Houve um surto grande desse vírus nos Estados Unidos em 2017 e 2018 que chegou a causar síndrome respiratória aguda grave em algumas pessoas no Brasil também. Hoje, ele volta a ser assunto depois de uma pesquisa conduzida por estudiosos da Penn Medicine, a Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, que demonstrou que pessoas com idades diferentes apresentam também especificidades diferentes nos anticorpos contra esse vírus, a aqueles nascidos entre final dos anos 1960 e os anos 1970 podem ter uma suscetibilidade permanente ao vírus.

"Nosso estudo mostrou que infecções na primeira infância podem deixar impressões imunológicas para a vida toda, que afetam como os indivíduos respondem cepas virais antigenicamente distintas mais tarde na vida", disse Scott Hensley, professor associado de Microbiologia da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia e um dos autores do estudo, publicado na revista científica Nature Communications.

Como o estudo foi feito

  • Os pesquisadores fizeram coletas de amostas de sangues em 140 crianças e 212 adultos nos meses de verão entre 2017 e 2018. Os anticorpos dessas amostras foram medidos com um exame de pesquisa sorológica;
  • Eles verificaram entre esses anticorpos quais eram capazes de prevenir ou não infecções virais de diferentes cepas de H3N2, ou seja, se eram ou não neutralizantes;
  • As amostras de crianças entre 3 e 10 anos tinham níveis mais altos de anticorpos neutralizantes contra os H3N2 contemporâneos;
  • Já as amostras de pessoas de meia idade tinham anticorpos que poderiam se ligar aos vírus, mas não conseguiam prevenir infecções

    Por que isso é importante

    De acordo com Hensley, "a maioria dos indivíduos nascidos no final dos anos 1960 e 1970 foram imunologicamente impressos com vírus H3N2 que são muito diferentes em comparação com os vírus H3N2 contemporâneos. Após a infecção com vírus H3N2 recentes, esses indivíduos tendem a produzir anticorpos contra regiões que são conservadas com cepas de H3N2 mais antigas e esses tipos de anticorpos geralmente não previnem infecções virais".

    Os especialistas apontam que é possível que a presença de altos níveis de anticorpos não neutralizantes em adultos de meia-idade tenha contribuído para a persistência do vírus H3N2 na população humana. Suas descobertas também podem estar relacionadas à distribuição incomum por idade das infecções por H3N2 durante a temporada 2017-2018, na qual a atividade do H3N2 em adultos de meia-idade e idosos atingiu o pico mais cedo em comparação com crianças e adultos jovens.

    Por fim, eles apontam que isso pode ajudar a se obter uma melhor compreensão da imunidade dentro da população e dentro dos indivíduos, o que pode levar a melhores modelos capazes de prever as trajetórias de diferentes cepas de vírus da gripe.