Menino de 13 anos morre após contrair ameba comedora de cérebro nos EUA
Um americano de 13 anos morreu no mês passado após passar férias em um acampamento na Flórida (EUA) e contrair uma ameba conhecida como comedora de cérebro.
De acordo com a emissora CBS News, no acampamento em que o menino estava havia um parque aquático e um lago, sendo este segundo um dos locais onde o protozoário costuma viver. Ele adoeceu repentinamente, foi levado ao hospital, mas acabou morrendo.
Em julho desse ano, outra pessoa foi contaminada com essa mesma ameba nos Estados Unidos. Ela não teve sua identidade divulgada e nem seu estado de saúde. No ano passado, uma garota americana de 10 anos também morreu depois de contrair o protozoário enquanto nadava em um rio.
O que é essa ameba?
É conhecida como Naegleria fowleri, ameba microscópica unicelular. Esse tipo de ameba tem vida livre, não precisa de hospedeiros para sobreviver e vive em lagos, rios e piscinas que não são tratadas de forma correta, principalmente de águas mornas ou quentes.
Em geral, se alimenta de bactérias encontradas nos sedimentos de regiões alagadas. Nos humanos, este protozoário entra pelo nariz, chega até o cérebro e ataca os tecidos cerebrais, levando à morte em poucos dias.
Leonardo Weissmann, médico infectologista da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), explica que a infecção é rara e os primeiros sintomas podem se manifestar em até 24 horas. "Normalmente, os primeiros sinais aparecem em um dia, mas podem demorar ainda cinco dias para se manifestar", diz. A maioria dos infectados, no entanto, morre em até uma semana.
Sintomas parecidos com meningite
De acordo com Weissmann, muitas vezes o problema não é diagnosticado rapidamente por ser pouco comum. Além disso, tende a ser confundido com meningite, devido aos sintomas parecidos.
"É um quadro clínico bem semelhante. A pessoa fica com intolerância ao barulho e luz, dor de cabeça, enjoo, hemorragia e inchaço no cérebro", diz. Também podem aparecer sintomas como rigidez da nuca, convulsões, alucinações, entre outros.
Ainda de acordo com o especialista, existem poucos casos na literatura médica, o que dificulta precisão no diagnóstico e chances de cura. "Em 95% dos casos as pessoas contaminadas morreram", ressalta.
Mais da metade dos casos que ocorreram nos EUA aconteceram no Texas e na Flórida, onde os organismos microscópicos crescem na água morna das lagoas. Mas os casos de infecção ainda são raros, na Flórida, por exemplo, há 37 registros desde 1962. No Brasil, ainda não há registros desse tipo de contaminação.
Dá para prevenir?
Infelizmente, não há métodos eficazes de prevenir o problema. Weissmann avalia que a maneira mais eficaz de evitá-la, mas ainda assim sem garantia de prevenção, é não entrar em rios ou lagos de temperatura quente ou morna e preservar o nariz, já que ele é a principal porta de entrada da ameba.
*Com informação de reportagens publicadas em 17/09/2019 e 06/07/2020.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.