Cientistas americanos cobram medida dos EUA contra vacina 'faça você mesmo'
Um grupo de cientistas americanos cobrou providências do governo dos Estados Unidos para regular e até coibir a produção de vacinas "faça você mesmo" contra a covid-19. Em artigo publicado na revista científica Science, eles alegam que o FDA, órgão americano equivalente à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), tem poder para agir contra iniciativas do tipo.
A mais conhecida vacina "faça você mesmo" dos Estados Unidos é a RadVac, que diz ter desenvolvido um imunizante nasal para a doença causada pelo novo coronavírus. A iniciativa tem entre os seus membros George Church, um reconhecido geneticista americano e professor da Universidade de Harvard, que já teria tomado a vacina.
"As pessoas devem estar cientes de que só porque estão experimentando em si mesmas isso não torna o processo legal sem aprovação", afirmou Jacob S. Sherkow, professor de direito em Illinois, em artigo publicado no site EurekAlert!, que é ligado à AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), assim como a revista Science.
Sherkow co-escreveu o artigo "Autoexperimentação, ética e regulamentação de vacinas" junto com os cientistas. Para ele, apesar de a autoexperimentação ser permitida nos Estados Unidos, o que a RadVac e iniciativas semelhantes estão fazendo é ilegal, já que os envolvidos não testaram os possíveis efeitos adversos da vacina.
"Algumas autoexperimentações podem ser qualificadas como pesquisas com seres humanos que devem passar por revisão ética, por lei ou política institucional. Só porque é autoexperimentação isso não te dá uma carta branca", argumentou Shercow.
O especialista em direito explicou que o FDA pode intervir quando a iniciativa passa da simples troca de informações para algo como o envio de materiais e reagentes necessários para a vacina entre estados americanos.
"Todos nós simpatizamos com a ideia de que as pessoas querem se inocular contra o vírus", afirmou ele. "Mas as pessoas precisam entender que todo remédio caseiro não vai necessariamente ajudar, e alguns podem muito bem ser fatais", concluiu Shercow.
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