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Butantan desenvolve soro para tratar covid-19 a partir de plasma de cavalos

Reprodução
Imagem: Reprodução

De VivaBem, em São Paulo

22/09/2020 09h13

O Instituto Butantan, de São Paulo, está realizando um estudo para desenvolver um soro capaz de tratar os sintomas da covid-19 a partir do plasma de cavalos. A técnica utilizada é parecida com a produção do soro antirrábico, por exemplo.

Foram escolhidos 10 cavalos da fazenda do instituto nos quais o vírus inativo foi introduzido para estimular a produção de anticorpos. Após a inoculação, é feita a coleta do plasma, que é uma parte do sangue. A máquina automaticamente já separa o que é plasma e o que é série vermelha.

Depois de ser retirado do cavalo, o plasma passa por uma inspeção visual para ser aprovado, ele é selado e pesado, e sai da fazenda em direção ao laboratório, onde são feitos vários testes para comprovar segurança e eficácia.

Atualmente, o plasma dos cavalos já é utilizado para fabricar outros soros como os peçonhentos (serpentes), artrópodes (aranhas), antitetânico, antirrábico e botulínico.

O estudo ainda está em fase de testes clínicos. Caso se mostre seguro e eficaz, o soro será capaz de amenizar o agravamento dos sintomas da infecção.

Iniciativa no Rio de Janeiro

Pesquisadores do Instituto Vital Brazil, em parceria com a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), também estão desenvolvendo um soro para combater o novo coronavírus com a mesma técnica.

"Já vimos em muitas pesquisas realizadas pelo mundo que o tratamento a partir do plasma de pessoas curadas da covid-19 teve efeito positivo no tratamento de infectados em estado grave", afirma Adilson Stolet, presidente do Instituto Vital Brazil.

Em entrevista a VivaBem em julho, Stolet afirma que o uso desses anticorpos é útil para evitar que o quadro da doença evolua para a forma grave.

O especialista lembra ainda que uma das vantagens da técnica é que cada cavalo produz um volume maior de anticorpos —diferente do volume que seria aproveitado de uma pessoa, por exemplo. "Os animais em nenhum momento sofrem com o processo de retirada do plasma e conseguimos, assim, uma quantidade grande de medicamento disponível", explica.