Estudo: Pandemia pode ter picos parecidos sem vacina e com imunidade fraca
Um estudo liderado por cientistas da Universidade de Princeton, dos Estados Unidos, mostrou que a pandemia do novo coronavírus ainda teria picos parecidos com o que tivemos em 2020 caso a imunidade adquirida pelas pessoas contaminadas se mostre fraca e nenhuma campanha de vacinação seja realizada contra a covid-19. No pior cenário desenhado, a pandemia teria picos de casos graves parecidos por cinco anos.
A pesquisa, publicada ontem na revista científica americana Science, traçou quatro cenários principais para os primeiros cinco anos de pandemia. No mais pessimista (letra A nos gráficos abaixo), além de não termos uma vacina à disposição para a doença causada pelo novo coronavírus, a imunidade adquirida por pessoas contaminadas seria de apenas seis meses.
A pior projeção possível também considerou uma suscetibilidade maior de pessoas já infectadas a contraírem novamente o vírus. Isso faria com que em menos de dois anos já tivéssemos um novo pico de casos graves semelhante ao que experimentamos nos primeiros meses da pandemia.
Já a projeção mais otimista (letra D) leva em consideração que o mundo possa contar não só com uma campanha de vacinação em massa, mas também que o imunizante será eficaz em proteger os vacinados por pelo menos um ano. Somada a uma imunidade natural mais duradoura, de dois anos, a pandemia não repetiria mais picos de casos graves.
Ainda foram pesquisados mais dois cenários. No primeiro (letra B), a vacina não estaria disponível, mas a imunidade natural seria duradoura, além de pessoas já infectadas terem uma segunda ocorrência da doença mais leve. Desta forma, foi observado apenas mais um pico, pouco após a pandemia completar dois anos.
Um quarto cenário (letra C) ainda mostrou uma previsão possível caso tenhamos a vacina, mas ela não ofereça imunidade duradoura. Com o imunizante dando proteção por apenas três meses, aliado a uma imunidade natural curta e segundas infecções sendo piores do que as primeiras, a pandemia teria um novo pico de casos graves em menos de um ano meio. Além disso, mais picos menores viriam nos próximos anos.
A hipótese não é muito distante da nossa realidade, já que estudos ainda não conseguiram comprovar a duração da imunidade natural e nem sabemos por quanto tempo as vacinas serão capazes de nos proteger contra a covid-19.
Antivacinas são ameaça
O estudo ainda deixou claro o perigo representado caso movimentos antivacinas impeçam milhões de pessoas de tomarem o esperado imunizante contra o coronavírus. Caso a imunidade natural não seja duradoura, o resultado seria trágico.
No pior cenário, em que boa parte da população se recusa a tomar a vacina, os picos de casos graves se repetem anualmente após dois anos da pandemia.
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