Mulheres jovens correm mais riscos de ter AVC do que homens, indica estudo
Um novo estudo publicado no periódico Stroke, da American Heart Association, sugere que as mulheres com idades entre 25 e 44 anos têm mais chances de sofrer um derrame do que os homens na mesma faixa etária.
Os pesquisadores analisaram um banco de dados de sinistros de segurados nos Estados Unidos de 2001 a 2014, calculando o número de AVCs isquêmicos ou causados por coágulos com base nas internações hospitalares. Pessoas com histórico de AVC ou outra doença cerebrovascular não foram incluídas no estudo.
"Temos essa sensação de segurança de que as mulheres não têm tantos derrames porque o estrogênio em mulheres na pré-menopausa pode ser protetor para eventos cardiovasculares, mas essa é uma suposição falsa", disse Michelle Leppert, principal autora do estudo e professora assistente de neurologia na University of Colorado School of Medicine (Escola de Medicina da Universidade do Colorado).
Quais foram os resultados?
Os dados não mostraram nenhuma diferença no número de AVCs entre homens e mulheres com idades entre 15 e 24 anos e entre aqueles com 75 anos ou mais. E mais homens tiveram derrames entre 45 a 74 anos de idade.
No entanto, as mulheres mais jovens, entre 25 e 44 anos, ficaram em desvantagem em relação aos homens com a mesma idade.
Entre as pessoas de 25 a 34 anos, ocorreram 17 derrames por 100 mil mulheres frente a 12 derrames por 100 mil homens. A diferença diminuiu nas idades de 35 a 44 anos, com uma taxa de 40 AVCs por 100 mil mulheres contra 35 nos homens. Um outro estudo holandês recente também encontrou mais derrames em mulheres entre 18 e 44 anos.
De acordo com Leppert, a maior incidência de derrame em mulheres jovens pode ser explicada por alguns fatores que podem vir a favorecer a doença, como gravidez, uso de pílulas anticoncepcionais, enxaquecas e distúrbios autoimunes.
"Fatores de risco não cardiovasculares desempenham um papel muito maior do que pensávamos originalmente", disse.
Esse tipo de estudo é importante para conscientizar as mulheres que correm maiores riscos."Se as mulheres não souberem que estão tendo um AVC, ou se os profissionais de saúde ou curiosos não perceberem que é um AVC, isso pode levar a atraso no atendimento", explica Cheryl Bushnell, vice-presidente de pesquisa e chefe da divisão de AVC da Wake Forest Baptist Health.
Ela ainda acrescenta que é importante ter o diagnóstico o mais rápido possível para tentar evitar graves sequelas. "Se você perder a oportunidade de restaurar o fluxo sanguíneo, isso pode levar a uma deficiência pior, morte ou outras complicações", alerta.
De acordo com os autores do estudo, também é preciso conhecer sinais característicos de um AVC, como rosto caído, fraqueza nos braços e dificuldade de fala. Além disso, as mulheres costumam apresentar sintomas como fraqueza geral, dificuldade de respiração ou falta de ar, confusão ou desorientação, alucinações, náuseas ou vômitos.
O estudo não incluiu pessoas sem seguro saúde, e o banco de dados que os pesquisadores usaram não fornecia informações sobre raça ou etnia. Portanto, mais estudos são necessários para precisar os dados com mais clareza.
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