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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Com covid-19, Trump é tratado com remdesivir. O que sabemos sobre a droga?

 Drew Angerer/Equipa-Getty Images
Imagem: Drew Angerer/Equipa-Getty Images

Giulia Granchi

Do VivaBem, em São Paulo*

03/10/2020 10h28

Após ter o diagnóstico de covid-19 confirmado na última sexta-feira (2), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está internado no hospital militar Walter Reed, na região de Washington.

Em boletim, a Casa Branca informa que sua saúde vai "muito bem". "Ele não está precisando de oxigênio suplementar, mas em consulta com especialistas, escolhemos iniciar a terapia com remdesivir. Ele completou sua primeira dose e está descansando confortavelmente" diz o comunicado assinado pelo médico da Casa Branca, Sean Conley.

Há quatro meses, Trump diz ter tomado hidroxicloroquina para prevenir a covid-19, e especialistas alertaram que não havia eficácia comprovada do medicamento para impedir que o vírus pudesse infectar alguém. Ainda não há, igualmente, resultados suficientemente conclusivos que apontem a eficácia do remdesivir, e o uso da droga ainda divide opiniões de especialistas. Os resultados dos testes, no entanto, embora modestos, parecem, até o momento, ser mais promissores. Com base nisso, o uso da droga nos Estados Unidos foi liberado para pacientes em estado grave em maio.

O uso do remdesivir nos Estados Unidos

Desenvolvido para combater o Ebola, o remdesivir é um antiviral que já havia apresentado bons resultados para tratar pacientes infectados pelos coronavírus causadores da SARS e da MERS.

Nos EUA, a substância foi autorizada pelo FDA (órgão regulador do país) para essa finalidade desde o dia 1 de maio. "Baseado na totalidade das evidências científicas disponíveis, é razoável crer que o remdesivir possa ser efetivo no tratamento da Covid-19 e que, quando usado sob as condições descritas nesta autorização, os conhecidos e potenciais benefícios superam os conhecidos e potenciais riscos da droga", afirma o documento do órgão.

Os dados em que o órgão se baseou vieram de uma pesquisa conduzida pelo Instituto Nacional Americano de Saúde (NIH, na sigla em inglês) que considerou 1.063 pacientes nos EUA, na Europa e na Ásia. Os pacientes foram divididos entre os que receberam um tratamento placebo e os que tomaram o remdesevir.

A análise preliminar do estudo indica que os pacientes tratados com o remédio se recuperavam cerca de quatro dias antes que os outros. A taxa de mortalidade entre os que usaram a medicação também seria menor.

Em outros estudos, resultados foram moderados

Em outro estudo recente, feito por médicos chineses e publicado pelo periódico The Lancet, o antiviral teve pouco resultado entre os pacientes testados.

Já uma análise com 600 pacientes, publicada pelo periódico científico Journal of the American Medical Association, revelou que os pacientes moderadamente doentes tratados com o medicamento antiviral por até cinco dias tiveram uma probabilidade consideravelmente mais alta de melhoria quando comparados com pacientes que receberam um tratamento padronizado — mas pesquisadores disseram que a importância clínica do benefício é incerta.

*Com informações da reportagem de Danielle Sanches e da Reuters*