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Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Van Halen morre de câncer de garganta; cigarro e álcool aumentam risco

O guitarrista lutava contra o câncer há 10 anos -                                 AFP
O guitarrista lutava contra o câncer há 10 anos Imagem: AFP

Samantha Cerquetani

Colaboração para o VivaBem

06/10/2020 19h03

Eddie Van Halen, 65, morreu devido a um câncer de garganta, nesta terça-feira (6). A notícia foi divulgada pelo filho do artista, Wolf Van Halen, no Twitter: "Ele foi o melhor pai que eu poderia pedir".

Os principais fatores de risco para a doença são o tabagismo e o álcool. O guitarrista já havia dito que teve problemas com álcool. Em uma entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo em 1995, comentou sobre os tempos de bebedeira: "Deus me deu uma grande garrafa e eu a bebi muito rapidamente".

Tatiane Motta*, oncologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), disse que cerca de 97% dos casos de câncer de garganta têm relação com o vício em cigarro e álcool. E a doença é bastante incidente, representando aproximadamente 6% de todas as neoplasias.

Além desses fatores, o HPV (vírus do papiloma humano), transmitido também pelo sexo oral sem prevenção, é outro fator que tem contribuído para o aumento na incidência de tumores de orofaringe (amígdalas e base de língua). Segundo o Hospital AC Camargo, até recentemente, metade dos pacientes tinha mais de 65 anos. Mas nos últimos anos tem se observado muitos casos em pacientes mais jovens, que não bebem e não fumam, mas geralmente associados a infecção pelo vírus do HPV.

Detecção precoce é fundamental

Os sintomas variam de acordo com a localização da lesão. Por isso, podem aparecer dor de garganta, rouquidão ou alteração a voz, dificuldade para engolir e sensação de caroço na garganta. Quando está localizado abaixo da glote, pode provocar dificuldades respiratórias.

A detecção precoce do câncer é importante para que o tratamento seja realizado o quanto antes e aumentem as chances de cura. Segundo Motta, como a maioria dos pacientes é tabagista, acaba tendo algum grau de rouquidão "natural". "Mas vá atrás de uma avaliação ao perceber que a voz não melhora e o problema é persistente", diz.

*Fonte consultada em matéria do dia 19/07/18