Câncer e coronavírus: quem faz químio corre mais risco com a covid-19?
Quem vem enfrentando um câncer durante a pandemia provavelmente ficou em dúvida se o coronavírus aumentava ainda mais o risco de desenvolver uma forma mais grave da doença, como aconteceu com a influenciadora digital Ana Paula Rubini, que morreu no último domingo (4) devido ao coronavírus. Ela estava no meio de um tratamento contra um câncer.
Os estudos científicos até o momento são limitados, o que dificulta saber com precisão como essas pessoas são atingidas pela covid-19.
De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), quem tem câncer e realiza quimioterapia, radioterapia, usa medicamentos imunossupressores ou fez alguma cirurgia recente está no grupo de risco. Mas, mesmo assim, o instituto alerta que o paciente não deve parar o tratamento por conta própria e precisa seguir sempre as orientações médicas.
Além disso, esse grupo deve reforçar os cuidados para não se contaminar, ou seja, evitar aglomerações, usar máscara quando sair de casa e lavar sempre as mãos adequadamente.
O que diz a ciência até o momento
Quem precisa fazer quimioterapia, muitas vezes, fica com a imunidade comprometida. Isso porque esse tratamento age na célula cancerosa para que interrompa seu crescimento anormal, mas também afeta células saudáveis. E quando atinge as células da medula óssea, que são responsáveis pelo sistema imunológico, há uma queda da imunidade —e assim essas pessoas ficam mais suscetíveis à covid-19.
Por conta disso, quem tem leucemia ou outro câncer hematológico, pode correr mais risco de morrer devido ao coronavírus, já que o organismo torna-se incapaz de combater infecções. Um estudo realizado com 100 pacientes com câncer de sangue e medula óssea mostrou que eles apresentaram cargas virais de coronavírus mais altas.
E isso aumentava a mortalidade. Já uma pesquisa britânica mostrou que a taxa de mortalidade era duas vezes maior devido à covid-19 em pacientes com leucemia, mas não era tão alta para outros tipos de câncer. Foram avaliados mais de mil pacientes por sete semanas durante a pandemia.
Outro estudo feito com mais de 900 pessoas com câncer dos EUA, Canadá e Espanha avaliou a mortalidade do coronavírus —13% morreram e 26% desenvolveram a doença na forma mais grave e precisaram de cuidados intensivos.
Entretanto, essa pesquisa concluiu que os pacientes com câncer que faziam quimioterapia não apresentavam taxas de mortalidade mais altas, exceto nos casos de câncer no sangue ou na medula óssea, como leucemia e linfoma: 14% morreram e 35% desenvolveram a doença grave.
Por fim, um estudo internacional, que contou com quase 200 pacientes com leucemia crônica, apontou taxas de mortalidade ainda mais altas: chegando a 33%.
De acordo com dados da Sociedade Americana de Hematologia, a taxa de mortalidade entre quase 600 pacientes com câncer de sangue e medula óssea era alta, atingindo 20%. Além disso, mais da metade dos pacientes foram hospitalizados e 23% necessitaram de terapia intensiva.
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