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Evolução está fazendo pessoas nascerem sem dentes do siso, diz estudo

Sem dente do siso, rosto mais curto: mudanças são fruto de "evolução rápida", aponta estudo - Getty Images
Sem dente do siso, rosto mais curto: mudanças são fruto de "evolução rápida", aponta estudo Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

09/10/2020 13h27

Alguns bebês estão nascendo sem o dente do siso e mais pessoas estão descobrindo uma antes rara artéria adicional no antebraço, conforme humanos passam por uma "micro-evolução", ou "evolução rápida". É isso que sugere um estudo australiano publicado no periódico científico britânico Journal of Anatomy.

De acordo com cientistas australianos, diversas mudanças têm surgido no desenho físico humano ao longo de um curto período, recentemente. Rostos estão ficando mais curtos, devido a mudanças na dieta humana, e isso significa que o número de dentes na boca está sendo reduzido, escreve a Dra. Theghan Lucas, da Universidade Flinders, em Adelaide.

"Isso está acontecendo conforme aprendemos a usar o fogo e processar mais as comidas. Muita gente está só nascendo sem o dente do siso", aprofunda o estudioso. O time de pesquisa também descobriu o aumento de pessoas nascendo com ossos adicionais em braços ou pernas ou conexões anormais entre mais ossos nos pés.

Além disso, a investigação conduzida pela Dra. Lucas, junto dos professores Maciej Henneberg e Jaliya Kumaratilake, da universidade de Adelaide, mostrou um "aumento significativo" na manutenção da artéria mediana, desde o século XIX.

A artéria se forma quando o bebê ainda está no útero e é o principal vaso que leva sangue ao antebraço e mão, mas desaparece durante a gestação pois é substituída pelas artérias radial e ulnar.

"A manutenção estava em todo de 10% em pessoas nascidas nos anos 1880, comparado com 30% no final do século XX. É um aumento significativo em pouco tempo, quando falamos em evolução", explica a Dra. Lucas.

Ainda de acordo com a cientista, "se a tendência continuar, significará que a maioria das pessoas terá a artéria média mesmo após o nascimento quando chegarmos em 2100".

O estudo conclui que os humanos estão evoluindo o mais rápido que já fizeram pelos últimos 250 anos. Ele ainda sugere que a causa para essa aceleração tenha sido alterações no processo de seleção natural.