'Não há relação causa e efeito', diz pesquisadora sobre voluntário morto
Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), afirmou hoje que "não há relação causa e efeito" na morte do voluntário brasileiro que participava dos testes da vacina de Oxford. Segundo ela, a morte não teve a ver com a participação dele nos estudos do imunizante contra a covid-19, que é desenvolvido pela Universidade de Oxford e pelo laboratório Astrazeneca.
Margareth contou que o brasileiro era seu colega de trabalho e vinha atuando na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus.
"O que aconteceu com esse colega foi um colega que recebeu ou a vacina ou o placebo em junho. Recebeu apenas a primeira dose porque depois ele ficou doente na força do seu exercício de trabalho. Ficou internado várias semanas antes de falecer. Então não há uma relação causa e efeito entre a morte por covid-19, o colega não faleceu por efeito adverso relacionado à vacina", explicou a pesquisadora em entrevista à CNN Brasil.
Ontem, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) confirmou a morte, mas não detalhou nenhuma circunstância do óbito. O motivo é o protocolo de confidencialidade que assegura os dados dos estudos da vacina. Pela mesma razão, a Atrazeneca também não deu detalhes sobre a morte.
"Naturalmente, a morte desse jovem colega nos trouxe uma tristeza enorme, um luto enorme, por ser um colega dedicado desde o início da epidemia no Brasil, desde março, trabalhando no front, na linha de frente, cuidando de pacientes com covid-19", contou Margareth.
Segundo o jornal O Globo, o voluntário brasileiro era um médico de 28 anos. "O que houve foi uma morte muito triste, de um jovem colega, na flor da sua idade, recém-formado, trabalhando e atendendo pacientes com covid-19", disse a pesquisadora da Fiocruz.
Vacina ou placebo
Apesar de Margareth afirmar que a morte ocorreu por conta de uma contaminação pelo coronavírus, que nada teve a ver com o estudo da vacina, a dúvida sobre se o voluntário recebeu uma dose do imunizante ou um placebo deve permanecer. Isso porque a confidencialidade do estudo dificilmente será quebrada para que seja divulgada a informação.
"Não temos a informação. Essa informação sobre se ele tomou placebo ou vacina é absolutamente inviolável, isso faz parte dos acordos internacionais de confidencialidade, de modo que considero qualquer comentário sobre isso bastante temerário", disse Margareth.
"Digamos assim, essa quebra desse lacre dependeria da autorização dos grupos de qualidade, de segurança e do próprio patrocinador (do imunizante)", completou a pesquisadora da Fiocruz, que será a entidade responsável pela produção da vacina de Oxford caso ela seja aprovada nos testes e posteriormente pela Anvisa.
Já os testes clínicos do imunizante no Brasil estão sendo coordenados pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.