O que é tortura psicológica, que Raissa teria sofrido em A Fazenda
Nesta quarta-feira (21), uma discussão entre Raissa Barbosa e MC Mirella levantou um debate nas redes sociais para definir se a modelo havia sofrido tortura psicológica e psicofobia.
Um vídeo anterior à briga mostrou a funkeira conversando com outros participantes do reality sobre o estado mental da modelo, que tem transtorno de borderline. "Se for preciso, faço ela perder a paciência rapidinho", disse a cantora.
Na briga, a MC chamou Raissa de falsa, desleal e pediu para que ela "não desse uma de louca". Desestabilizada, a modelo chorou compulsivamente, e desabafou sobre a situação: "Minha vontade é sair correndo daqui, para bem longe. É muito difícil aguentar isso daqui. O pior de tudo é que as pessoas me conhecem muito bem. E elas sabem que eu sou assim, que eu sou sentimental, que eu sou explosiva".
A assessoria de imprensa de Raissa afirmou ao VivaBem que vai avaliar as cenas do programa para se posicionar, mas que poderia processar alguns "peões" do reality por usarem o transtorno da modelo para desestabilizá-la emocionalmente e praticar a tortura psicológica.
O que é tortura psicológica?
De acordo com a legislação brasileira, é crime constranger alguém e causar sofrimento físico e mental. Podendo até mesmo, em alguns casos, levar à prisão do agressor. A tortura psicológica causa um dano mental a longo prazo e é tão traumática quanto um abuso físico.
De acordo com Higor Caldato, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein, há casos em que a pessoa se sente superior a outra e começa a agir agressivamente, de forma contínua. "É comum mesmo com membros da família ou casais que passam a ter uma relação abusiva. Quando há um transtorno mental, a pessoa pode ser agredida constantemente por conta disso e, muitas vezes, nem perceber", afirma.
Quando há psicofobia, sofrimento pode ser maior
Ninguém escolhe ter um transtorno mental. Além do sofrimento psíquico e mudanças de humor que podem afetar a rotina e os relacionamentos, algumas pessoas enfrentam o preconceito. Comportamentos preconceituosos e estigmatizados podem ser definidos como psicofobia.
"A sociedade evoluiu muito, mas há uma questão muito forte, algo cultural sobre o assunto. Ainda é comum surgirem brincadeiras desagradáveis com a situação da saúde mental e isso dificulta até mesmo a busca por tratamento", diz o psiquiatra.
Para Maria Ramos de Oliveira, psicóloga do IPq-HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), ainda existe o estigma de "louco", o que piora ainda mais a situação do indivíduo diagnosticado com algum transtorno.
"Os tratamentos de transtornos mentais avançaram muito, mas a maioria encontra dificuldade para ter apoio. A sociedade ainda acredita que falta força de vontade ou é preguiça da pessoa. Mas, na verdade, trata-se de uma doença que precisa, muitas vezes, de medicação e terapia", diz.
Caldato diz que é importante falar cada vez mais sobre o assunto para minimizar os estigmas. "A psicoeducação, ou seja, ampliar os conhecimentos sobre a doença mental e os processos de tratamentos, é fundamental para eliminarmos os rótulos. Assim, a pessoa consegue ter um tratamento que garanta mais qualidade de vida".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.