"Aposta na firma para emagrecer não vingou, mas mantive foco e perdi 67 kg"
Após se ver em uma foto ao lado de sua equipe de trabalho, Ricardo Ferreira de Sant' Anna, 30 anos, percebeu o quanto estava gordo. Pesando 165 kg, ele aceitou participar de uma aposta com os colegas para ver quem conseguiria emagrecer mais. Seus amigos desistiram do desafio após dois meses, mas o o engenheiro seguiu firme na mudança de hábitos, chegou a 98 kg em um ano e agora quer competir no fisiculturismo:
"Meu problema com sobrepeso começou na vida adulta, com a correria do trabalho e da faculdade, parei de praticar exercícios e a ter uma alimentação desregrada. Quando adolescente, eu era bastante ativo, fazia natação, jogava vôlei, futebol e comecei a fazer musculação aos 14 anos. Até os 21, eu pesava 98 kg, mas aí me tornei sedentário e passei a me alimentar muito mal.
Comia besteira todos os dias. Não gostava de arroz, feijão, macarrão, carne, salada, legumes. Meu cardápio no almoço e jantar era salgados, hambúrgueres, frituras, pizza, pão com frios. Aos finais de semana, comia quatro pacotes de salgadinhos tomando refrigerante enquanto assistia a um filme.
Cheguei a 165 kg e sem nunca tentar fazer dieta, pois não achava que eu estava tão gordo quanto realmente estava. No máximo, eu acreditava estar gordinho. Meus pais comentavam do meu peso, diziam que eu precisava emagrecer por uma questão de saúde, mas eu ficava bravo e dizia que não tinha nada a ver.
Às vezes minha pressão ficava um pouco alta e eu tinha dificuldades para dormir, mas no geral estava bem. Fazia check-up e os exames estavam ok, mas o médico alertava que eu deveria perder peso para não ter risco de sofrer complicações no futuro e ficar doente.
No ano passado, tirei uma foto com os meus colegas de trabalho e me achei horrível. Eu sempre fui grande, tenho 1,90 m, mas naquele retrato me achei grande, gordo e não fiquei feliz com minha aparência. Esse foi o estalo que me fez entender que precisava me cuidar.
Todos os meus colegas na foto também perceberam que estavam acima do peso e um deles sugeriu de fazermos uma aposta para ver quem conseguia emagrecer mais, de julho a dezembro de 2019. Cada um daria R$ 200 e o vencedor levaria todo o dinheiro. Decidi aceitar o desafio para mostrar para todos que desacreditavam de mim que eu seria capaz de emagrecer, e estabeleci como meta eliminar 45 kg.
Minha primeira atitude foi voltar para a academia. Chegava para treinar às 6h da manhã e fazia musculação por 45 minutos e mais 40 minutos de exercício aeróbico. Malhava de segunda a segunda.
Por causa do sobrepeso, no início eu sentia dores na lombar, mas sabia que era passageiro, era só uma questão de tempo até eu eliminar alguns quilos e ter mais mobilidade durante os exercícios. Tinha em mente que quanto mais magro eu ficasse, menos sofrimento teria. Apesar do desconforto inicial, eu me senti muito bem em voltar a fazer musculação.
A outra mudança foi na alimentação. Eu sabia que se eu fizesse uma dieta superrestritiva, iria surtar, então minha estratégia foi diminuir ou substituir alimentos que não fariam tanta falta. Por exemplo, passei a almoçar e jantar comida de verdade durante a semana e a comer besteira só aos finais de semana. Também troquei o refrigerante comum, que tomava 2 litros por dia, pelo zero.
Antes, eu não tinha regras: comia o que queria, na hora e na quantidade que desse vontade. Nesse sentido, o mais difícil para mim foi estabelecer uma rotina alimentar, pois tinha consciência de que não adiantaria acordar cedo, ir para a academia, treinar uma hora e no almoço comer fast-food,
No primeiro mês, desinchei e sequei 15 kg. A aposta acabou no segundo mês, pois todos desistiram de emagrecer e só eu continuei no processo —até hoje cobro meu dinheiro dos colegas (risos). Quando bati 40 kg a menos na balança em dezembro, chegaram a me perguntar se eu tinha feito bariátrica.
Atingir esse número foi sensacional, pois me permitiu poder me olhar no espelho e gostar do que via. Isso me motivou a seguir focado e, passado um ano da aposta, perdi 67 kg: fui de 165 kg para 98 kg. Em termos de dinheiro não ganhei nada, porém, mais importante do que isso foi ganhar novos hábitos e saúde.
Após emagrecer, renasceu em mim a vontade de adolescente de ser fisiculturista. Meu objetivo agora é participar de alguma competição em 2022. Não tenho a intenção de me profissionalizar, pois sou engenheiro, mas quero ter a experiência de saber como é passar por uma preparação. Com essa nova meta, procurei um médico e uma nutricionista do esporte para me auxiliarem e sigo focado no treino e na alimentação para poder chegar lá!
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