Voltar às aulas pode ser seguro e não oferecer risco de espalhar covid-19
Voltar às aulas durante a pandemia do novo coronavírus é um tema polêmico entre pais e professores. Agora, um artigo publicado nesta quinta-feira (29) na revista Nature mostrou que o ambiente escolar talvez não seja um local tão perigoso para disseminação da covid-19.
A análise sobre estudos referentes à volta às escolas revelou que crianças mais velhas têm mais chances de adquirir a doença do que as mais novas. Os cientistas acreditam que isso ocorre porque aquelas que têm idade inferior a 12 e 14 anos são menos suscetíveis do que os adultos. Além disso, uma vez infectadas, as crianças, incluindo as com menos de cinco anos, têm menos probabilidade de transmitir o vírus a alguém.
Em outra análise feita em uma escola alemã, a equipe de cientistas descobriu que as infecções eram menos comuns em crianças de 6 a 10 anos do que em crianças mais velhas ou adultos. "O potencial de transmissão aumenta com a idade, e os adolescentes têm tanta probabilidade de transmitir o vírus quanto os adultos", diz Walter Haas, um dos autores do estudo.
O especialista reforça ainda que os adolescentes e professores devem ser o foco das medidas de mitigação, como uso de máscaras ou retorno às aulas online quando a transmissão na região em que moram é alta.
O mesmo foi percebido em escolas nos Estados Unidos. De acordo com dados observados pela University Providence, a incidência em 47 estados foi mais alta em estudantes do ensino médio, seguido pelos do ensino fundamental.
Para os pesquisadores, outra possibilidade é que, por terem pulmões menores, as crianças sejam menos capazes de projetar aerossóis infecciosos do que os adultos. Haas diz que isso ocorre na tuberculose, por exemplo. "A infecção se espalha a partir das lesões nos pulmões. Já as infecções por Sars-CoV-2 são diferentes, porque o vírus infecta as vias respiratórias superiores".
Outra suposição, segundo os especialistas, é que as crianças transmitem menos o vírus porque são mais assintomáticas. Isso foi mostrado em um estudo do Reino Unido, que foi feito com crianças de 2 a 15 anos, e foi observado que 50% delas não desenvolveram sintomas.
"Não existe transmissão zero ou risco zero. Mas o risco de infecção na escola é baixo, especialmente quando a transmissão na comunidade é baixa", diz pediatra Fiona Russell da Universidade de Melbourne, Austrália, que esteve envolvida no estudo de surtos escolares de Victoria.
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